01/Apr/2025
Segundo relatório trimestral do Rabobank, divulgado nesta segunda-feira (31/03), a projeção para a moagem é de 595 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2025/2026 no Centro-Sul do Brasil, diante das condições climáticas adversas nos primeiros meses de 2024 e da menor área de colheita prevista para o próximo ciclo. Diante desse cenário, o mix de produção segue favorável ao açúcar, com projeção de que entre 51,5% e 52,0% da cana-de-açúcar processada seja direcionada ao açúcar, resultando em uma produção estimada de 41 milhões de toneladas. O preço internacional, que se mantém na faixa de 19,00 a 20,00 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York, continua atrativo para as usinas, mesmo com a recente valorização do Real frente ao dólar.
Além das condições climáticas no Brasil, a oferta global de açúcar segue pressionada por cortes na produção da Índia e da Tailândia. No caso indiano, a safra foi revisada para baixo e há incertezas sobre a exportação da cota de 1 milhão de toneladas liberada pelo governo. Na Tailândia, a produção final também deve ficar abaixo das expectativas iniciais. Como resultado, a estimativa é de um déficit global de açúcar de 3,8 milhões de toneladas para a safra 2024/2025 (outubro de 2024 a setembro de 2025), o que contribui para sustentar os preços no curto prazo. No mercado de combustíveis, a queda dos preços internacionais do petróleo e do dólar frente ao Real reduziu o preço de paridade de importação da gasolina no Brasil.
Com isso, a cotação do combustível da Petrobras, no fim de março, ficou equivalente ao preço de importação, abrindo margem para uma possível redução nos preços internos caso essa tendência persista. Outro fator de atenção é a proposta do governo para elevar a mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, que será analisada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Caso aprovada, a medida adicionaria 1,1 bilhão de litros à demanda anual pelo biocombustível. Mesmo com o mercado de açúcar mais ajustado, os fundos seguem vendidos na commodity. A principal dúvida do setor é até que ponto os investidores manterão essa posição caso as estimativas de produção sofram novas revisões para baixo nos próximos meses. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.