01/Apr/2025
Os futuros de açúcar demerara fecharam em baixa nesta segunda-feira (31/03) na Bolsa de Nova York. O vencimento maio recuou 10 pontos (0,53%), e fechou a 18,86 centavos de dólar por libra-peso. Os preços terminaram em queda pelo quarto pregão seguido. As cotações podem ter sido pressionadas pela expectativa de maior alívio na disponibilidade de açúcar, reflexo da menor demanda para consumo e da retomada da moagem em algumas usinas do Centro-Sul do Brasil.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) informou que 19 unidades iniciaram a safra 2025/2026 nos primeiros 15 dias de março, com processamento de 1,828 milhão de toneladas de cana-de-açúcar no período. Além disso, as chuvas na região contribuem para a produção de açúcar, o que é baixista. O Rabobank projeta moagem de 595 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2025/2026 no Centro-Sul do Brasil, diante das condições climáticas adversas nos primeiros meses de 2024 e da menor área de colheita prevista para o próximo ciclo. Diante desse cenário, o mix de produção segue favorável ao açúcar, com projeção de que entre 51,5% e 52,0% da cana-de-açúcar processada seja direcionada ao açúcar, resultando em uma produção estimada de 41 milhões de toneladas.
Além das condições climáticas no Brasil, a oferta global de açúcar segue pressionada por cortes na produção da Índia e da Tailândia. No caso indiano, a safra foi revisada para baixo e há incertezas sobre a exportação da cota de 1 milhão de toneladas liberada pelo governo. Na Tailândia, a produção final também deve ficar abaixo das expectativas iniciais. Como resultado, o Rabobank estima um déficit global de açúcar de 3,8 milhões de toneladas para a safra 2024/2025 (outubro de 2024 a setembro de 2025), o que contribui para sustentar os preços no curto prazo.