10/Mar/2025
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer, vão levar ao presidente Donald Trump o pleito do Brasil para que seja adiada a implementação da sobretaxa sobre o aço importado brasileiro. Esse foi um dos avisos dados ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em reunião por videoconferência na quinta-feira (06/03). Em troca de um eventual adiamento da tarifa, os Estados Unidos querem abrir o diálogo sobre temas caros para o governo trumpista, em especial o imposto de importação que o Brasil aplica sobre o etanol comprado dos Estados Unidos. A expectativa é de que Alckmin, Lutnick e Greer voltem a se falar nesta semana. Os governos irão trocar informações técnicas sobre os temas em tratativa. O prazo para a tarifa de 25% sobre o aço importado pelos Estados Unidos entrar em vigor está se aproximando.
A previsão é de que a alíquota mais alta já passe a valer na quarta-feira (12/03). O Brasil, contudo, tenta negociar uma saída, como a manutenção das cotas de exportação para os Estados Unidos acordadas ainda em 2018, no primeiro mandato do republicano. Pelo acordo, o Brasil pode exportar anualmente 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado e 687 mil toneladas de laminados aos Estados Unidos, arranjo que evitou a sobretaxa anunciada por Donald Trump em seu primeiro mandato. O volume importante de placas de aço exportadas do Brasil aos Estados Unidos foi uma das informações destacadas na reunião com os auxiliares de Trump. Como o item é complementar à indústria siderúrgica norte-americana, o Brasil argumenta ser importante que os Estados Unidos mantenham a parceria comercial, de modo que a produção interna do país não tenha seus custos elevados. Números da balança comercial entre o Brasil e os Estados também foram destacados na reunião.
Os dois países mantêm uma balança de cerca de US$ 80 bilhões, com um superávit de US$ 200 milhões para os Estados Unidos. Além disso, dos dez produtos que o Brasil mais importa dos Estados Unidos, oito a tarifa é zero. A tarifa média ponderada efetivamente recolhida é de 2,73%, bem abaixo do que sugerem as tarifas nominais. A conversa foi classificada como produtiva por integrantes do governo brasileiro. Já era esperado que os Estados Unidos fizessem alguma cobrança sobre assuntos comerciais que incomodam o país, como é o caso das tarifas sobre o etanol, uma demanda histórica dos norte-americanos. Há uma pressão antiga dos Estados Unidos para redução do imposto de importação aplicado pelo Brasil sobre o produto norte-americano, de 18% ante 2,5% da tarifa cobrada para o etanol brasileiro que entra nos Estados Unidos. O item já foi citado diretamente por Donald Trump em suas reclamações sobre as tarifas cobradas pelos parceiros comerciais que o republicano considera exageradas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.