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27/Feb/2025

Etanol: demanda deverá recuar no Brasil em 2025

Segundo a StoneX, a demanda por combustíveis leves no Brasil deve continuar em ascensão em 2025, impulsionada pela recuperação econômica e pelo aumento do consumo das famílias. A estimativa é de crescimento de 2,07% no consumo desses combustíveis, atingindo 60,6 milhões de metros cúbicos (m³). Em 2024, o setor já havia registrado um recorde histórico, com 59,3 milhões m³ consumidos. A gasolina C, principal derivado do petróleo no mercado nacional, deve se recuperar em 2025, após uma queda no ano anterior. A previsão é de um aumento de 3,4% no consumo, para 45,7 milhões m³. Apesar da alta, o volume ainda ficará abaixo do registrado em 2023, com 2025 sendo o segundo melhor ano para o combustível.

O crescimento é atribuído ao aumento da circulação de veículos leves e à melhora nos indicadores econômicos, que favorecem o consumo interno. Em contrapartida, o etanol hidratado enfrenta um cenário menos favorável. A projeção é de queda de 1,8% no consumo do biocombustível, com estimativa de 21,2 milhões m³ em 2025. A menor competitividade do etanol em relação à gasolina C é apontada como um dos principais fatores para a retração. Com isso, a participação do etanol hidratado no Ciclo Otto (que inclui gasolina e etanol) deve cair para 24,6%, abaixo dos 25,5% registrados em 2024. As Regiões Norte e Nordeste continuam a se destacar no consumo de combustíveis leves, com um crescimento esperado de 2,8% em 2025, superior ao observado no Centro-Sul.

Esse movimento reflete uma tendência consolidada nos últimos anos, impulsionada pelo desenvolvimento econômico e pela expansão da frota de veículos nessas regiões. No âmbito tributário, mudanças significativas devem influenciar o mercado de combustíveis a partir de abril de 2025. A reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional prevê a adoção do regime monofásico para o etanol, com redução de R$ 0,05 por litro no imposto federal sobre o etanol hidratado. Essa medida pode tornar o biocombustível mais competitivo em relação à gasolina, mas o impacto deve ser limitado. Pontualmente, é possível que haja melhora para o consumo de hidratado, mas, por ser um valor relativamente pequeno, pode ser que a própria cadeia absorva essa diferença via margens de lucro.

Além disso, o aumento do ICMS sobre a gasolina em alguns Estados, como São Paulo, pode favorecer o etanol hidratado, embora o preço do biocombustível nas usinas deva subir 15% em 2025, em comparação com 2024. Apesar da queda no consumo, o etanol hidratado deve manter uma certa resiliência no mercado. Mesmo com preços mais altos, a demanda pelo biocombustível pode se manter estável, limitando quedas mais acentuadas. Apesar de menos atrativa, a demanda pelo hidratado pode continuar resiliente, limitando assim maiores quedas. A produção de etanol de milho, que cresceu 33% em 2024, atingindo 7,7 milhões de m³, deve continuar em expansão em 2025. No entanto, esse aumento não será suficiente para compensar a queda na produção de etanol de cana-de-açúcar, o que contribuirá para a redução no consumo nacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.