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27/Feb/2025

Eike Batista anuncia investimento em “supercana”

Quase dez anos após a petroleira OGX desistir de explorar petróleo, Eike Batista anuncia que voltará ao setor de energia, dessa vez por meio do plantio de uma nova variedade de cana-de-açúcar para produzir combustível de aviação de etanol. A empresa se chama BRX e prevê plantar uma “supercana” em Quissamã, na região norte do Rio de Janeiro. Em 2031, quando o projeto atingir a maturidade, Eike planeja ter plantado 70 mil hectares com cana-de-açúcar, a partir dos quais produzirá por ano 537 milhões de litros de SAF, o combustível sustentável de aviação. Ele não é dono dos terrenos e pretende negociar com cooperativas e arrendar propriedades. Hoje, Eike tem apenas o licenciamento para produzir SAF, a ser remunerado por desempenho, da Honeywell.

O investimento será financiado por um fundo árabe, o Abu Dhabi Investment Group (Adig), que prometeu US$ 500 milhões (R$ 2,87 bilhões) para o empreendimento por meio veículo de investimentos Brazil Invest. Eike Batista anunciou, porém, uma fonte de captação alternativa: espera recolher inicialmente US$ 100 milhões (R$ 575 milhões) com o lançamento de uma criptomoeda com seu nome, $EIKE, cuja pré-venda começou nesta terça-feira (25/02) para investidores selecionados dos Estados Unidos, um conglomerado financeiro, um hedge fund e um fundo de investimentos. Não há previsão de quando será feita a segunda captação, mas 80% do valor inicial arrecadado ficará travado por quatro anos, até quando se espera que a BRX comece a dar lucro e, assim, seja possível avançar em novas captações com a criptomoeda.

Apesar de estar à frente do projeto, Eike Batista não tem participação efetiva no empreendimento. Seu contrato prevê o direito a ações em caso de subscrição sujeita a performance, ou seja, se o negócio der certo, ele pode assumir parte do capital da BRX. Até lá, a empresa será tocada pelo administrador Luis Rubio, que desde 2011 desenvolve o projeto da “supercana” com o engenheiro-agrônomo Sizuo Matsuoka, donos de 60% do capital da empresa. O fundo árabe será detentor de outros 40%. Antes da parceria com Eike, Rubio e Matsuoka tentaram vender a “supercana” para a Raízen, que não quis desenvolver o projeto apesar do investimento pesado em etanol e em biocombustíveis. A “supercana” produz de duas a três vezes mais etanol do que a cana-de-açúcar normal, plantada no País. Mas produz até 12 vezes mais bagaço.

A produção excessiva de biomassa era um dos pontos que Eike Batista ajudou a fechar na equação que ele formulou para a BRX. Quando não tinha utilidade para essa biomassa, isso era um problema. Agora, foram desenvolvidos usos mais nobres para a biomassa e isso viabilizou a ‘supercana’. A empresa não produzirá açúcar e terá uma subsidiária que fará embalagens de plástico biodegradável, produzido a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A GPX (Green Packaging X) deverá ter uma unidade produtora de embalagens no norte do Rio de Janeiro, perto das três unidades de produção de SAF que pretende erguer. Outras duas unidades de embalagens deverão ser instaladas na Flórida (EUA) e nos Emirados Árabes. No prospecto apresentado aos investidores de sua criptomoeda, Eike Batista afirma que o empreendimento pode chegar a valer US$ 6,3 bilhões (R$ 36,2 bilhões) no futuro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.