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25/Feb/2025

Usina Jacarezinho investe para aumentar moagem

Com um perfil conservador que espelha boa parte das usinas de cana-de-açúcar brasileiras pequenas e médias, a Usina Jacarezinho, do Grupo Maringá e associada à Copersucar, aproveitou a liquidez dos últimos anos para investir em expansões, eficiência e diversificação. Já há aportes em curso para ampliar a capacidade de cogeração de energia, e até planos de erguer uma planta de biometano. Nesta safra, quase metade dos aportes da companhia será em “investimentos de oportunidade”: a Jacarezinho deve concluir a safra 2024/2025 com R$ 79 milhões aplicados em novos projetos, de um total de R$ 167 milhões, que incluem também gastos em manutenção. Na próxima safra 2025/2026, os “investimentos de oportunidade” deverão ficar em R$ 76 milhões, de um total de R$ 159 milhões. Uma das ampliações em curso é a da área de fornecimento de cana-de-açúcar. Localizada no município de Jacarezinho, no norte do Paraná, a usina está em uma região com alta competição com grãos, até agora.

Depois da seca intensa e longa do ano passado, as lavouras de grãos da região foram as mais afetadas, e muitos produtores locais decidiram migrar para a cultura semiperene. Isso está ajudando a companhia a ampliar sua área de plantio nesta entressafra em 4 mil hectares (um recorde para a empresa), dos quais 1 mil hectares são de fornecedores. Atualmente, a usina é servida com 10 mil hectares, dos quais 60% são de fornecedores. Além da incorporação de novos fornecedores e ampliação de áreas próprias, a usina também está estimulando os fornecedores atuais a expandirem suas lavouras, com variedades que estarão prontas para colher na safra 2026/2027. Também está assumindo as atividades de corte, colheita e transporte da cana-de-açúcar, antes terceirizadas. Na próxima safra, a companhia vai realizar essas tarefas em 90% da área de colheita, incluindo de fornecedores. A usina já investiu R$ 10 milhões em colhedoras e maquinário.

A ideia é ter mais controle sobre os processos, e assim também regular custos. Mesmo a expansão da área de colheita não deve implicar mais custo, afirma. Em geral, quanto maior a distância para levar cana-de-açúcar à usina, maior o custo da operação. A Jacarezinho também vai ampliar sua capacidade de moagem. A empresa planeja investir R$ 25 milhões, de forma escalonada ao longo das safras, para reduzir os gargalos na moenda de cana-de-açúcar. O projeto é alcançar a capacidade de 3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar anuais na safra 2027/2028. A Jacarezinho vai mudar. O fator escala é absolutamente fundamental, e há uma oportunidade com essa brecha dos grãos. Atualmente, a usina mói perto de 2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra. Na safra atual, a moagem ficou em 2,1 milhões de toneladas por causa do efeito da seca na produtividade. No próximo ciclo, com a recuperação das soqueiras por causa do retorno das chuvas e dos investimentos em ampliação de área, a estimativa é de que a moagem alcance 2,6 milhões de toneladas.

A usina também está ampliando sua capacidade de cogeração de energia. Na safra que está terminando, a companhia já fez alguns aportes, e para este ciclo e o próximo, a Jacarezinho vai investir R$ 50 milhões que vão triplicar sua potência, saindo dos atuais 10 megawatts (MW) para mais de 30 MW a partir de 2026. Os novos aportes vão incluir a compra de um novo gerador e de uma turbina mais eficiente, entre outros. Para o médio prazo, a companhia considera voos mais altos, como o mercado de gás natural renovável. O biometano está no radar e a empresa está estamos conversando com companhias importantes do setor. A perspectiva é investir na biodigestão da vinhaça (subproduto da destilação da cana-de-açúcar), processo que tem a tecnologia mais dominada em comparação à biodigestão da torta de filtro ou da palha de cana-de-açúcar. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.