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11/Feb/2025

Açúcar: preços estão em queda em plena entressafra

Mesmo em entressafra de cana, os preços médios do açúcar cristal branco negociados no mercado spot do estado de São Paulo caíram ao longo da primeira semana de fevereiro. O Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, está cotado a R$ 146,71 por saca de 50 Kg, baixa de 4,27% em relação ao do dia 31 de janeiro (R$ 153,25 por saca de 50 Kg). Com essa retração, o Indicador voltou ao patamar observado no começo de outubro/24, quando as usinas paulistas ainda estavam em produção. O recuo dos preços nesse período da entressafra 2024/25 tem sido atribuído à pressão de baixa exercida por compradores. Para o tipo Icumsa 150, agentes de usinas até conseguem segurar os valores das negociações, devido à restrição de lotes para pronta-entrega.

Vale lembrar que essa qualidade de açúcar foi direcionada às exportações em maior volume ao longo desta temporada. Já para o tipo Icumsa 180, observa-se certa flexibilidade por parte das usinas, que cedem aos preços pedidos pelos compradores. Segundo as paridades do mercado interno e externo, em fevereiro, enquanto a média semanal do Indicador de Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 148,56 por saca de 50 Kg, a das cotações do contrato nº 11 da ICE Futures (vencimento Março/2025) foi de R$ 134,63 por saca de 50 Kg. Assim, o spot paulista remunerou 10,34% a mais que as vendas externas. Para esse cálculo, foram considerados US$ 59,33/tonelada de fobização, US$ 61,81/t de prêmio de qualidade e R$ 5,7858 de dólar. Já no mercado internacional, os preços do demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures) ganharam fôlego com as notícias indicando redução da produção de açúcar na Índia.

A produção indiana teria somado 16,5 milhões de toneladas entre 1º de outubro de 2024 e 31 de janeiro de 2025, com queda de 12,2% em relação ao mesmo período da safra anterior. De acordo com a Associação de Usinas de Açúcar das Índias Ocidentais, muitas usinas indianas estão encerrando a atual safra mais cedo por falta de cana. A seca do ano passado impactou severamente o rendimento dos canaviais. Além disso, a Índia planeja aumentar a mistura de etanol na gasolina para 20% em 2025, o que pode restringir ainda mais a produção e a exportação do adoçante. No curto prazo, os preços globais do açúcar demerara devem permanecer em patamares elevados, tendo em vista o contexto na Índia e a entressafra no Centro-Sul brasileiro.

No entanto, quando as usinas brasileiras retomarem as atividades, os preços do adoçante podem enfrentar pressão de baixa. A Green Pool Commodity projeta excedente de 3,7 milhões de toneladas no mercado global de açúcar para o ano-safra 2025/2026. Esse cenário já refreou os avanços nas cotações do demerara em Nova York. No mercado nordestino de açúcar, os preços e os volumes negociados permaneceram estáveis em relação aos da semana anterior, especialmente em Pernambuco e em Alagoas. Algumas usinas priorizaram as exportações do produto, restringindo a oferta no mercado local. Já na Paraíba, com algumas unidades produtoras retornando ao mercado interno, os volumes negociados do adoçante estiveram mais altos que os da semana anterior, mas com ligeira queda nos preços. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.