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04/Feb/2025

Pequenas empresas de bebidas buscando espaço

Apesar de competirem em um mercado dominado por grandes companhias, que têm um sistema logístico complexo para chegar a todos os cantos do País, pequenas empresas de bebidas enlatadas prontas para beber têm conseguido avançar. Para isso, recorrem à associação da marca a shows, festivais e, sobretudo, ao Carnaval, além de “comer pelas beiradas” na distribuição. Segundo dados da Nielsen, a categoria de bebidas prontas cresce em duplo dígito no País e chega hoje a 17% dos lares brasileiros. Quando comparado ao mercado de cervejas, no entanto, esse segmento ainda representa apenas 2%. Fundada em Minas Gerais, a Lambe Lambe (que vende bebidas à base de álcool de cereais) fechou contrato com o St. Marche para ser comercializada nos supermercados da rede. A empresa foi a sensação do Carnaval de 2024 em Belo Horizonte (MG). A Lambe Lambe foi lançada em 2020 e sofreu para deslanchar por causa da pandemia. Conseguiu entrar em algumas redes varejistas de Minas Gerais, mas, desconhecida do público, tinha uma demanda baixa.

Quando o distanciamento social começou a arrefecer, a empresa inaugurou um bar da marca em Belo Horizonte. Foi aí que o negócio começou a crescer. Após abrir a unidade da marca, a estratégia para seguir avançando foi recorrer a bares com os quais as grandes empresas não tinham exclusividade. Belo Horizonte tem muitos botecos. Então, sempre sobra uma parte deles para explorar. A partir de 2022, a Lambe Lambe começou a se associar a festivais de música realizados em Belo Horizonte que recebiam público de outras cidades e Estados. Assim, o consumidor do Rio de Janeiro e de São Paulo passou a conhecer a marca e a demandá-la. No Carnaval do ano passado, a empresa conseguiu entrar no supermercado BH, um dos principais varejistas de Minas Gerais, e as vendas decolaram. Hoje, a bebida está em 850 pontos de venda e a meta para 2025 é entrar em outros mil. De todo o trabalho de distribuição, 70% são feitos pela própria empresa e 30% por terceirizados. A penetração tem mais a ver com a vontade do consumidor do que com o acesso em muitos pontos de venda.

Quem domina o mercado de bebidas hoje é que tem poder de distribuição. Escoar a produção é o mais difícil do setor. Com atuação desde 2015, a Equilibrista também surgiu em Minas Gerais e hoje está em 400 pontos de venda, alguns deles em São Paulo, Santa Catarina, Brasília e Bahia. O preço do frete ainda é um desafio na distribuição. O frete é alto e impacta no preço, dificultando a aquisição pelo cliente. A empresa não tem a escala de uma companhia grande, e o produto acaba ficando mais caro. O empresário destaca que outro desafio é o contrato de exclusividade que grandes companhias têm com alguns bares. Para driblar o problema, a Equilibrista, cujas bebidas são feitas a partir de gim, vodca e bitter, busca estabelecimentos que tenham identidade com a marca. A Equilibrista também se associa a blocos de Carnaval e a eventos de rua. De acordo com Drager, o faturamento gerado entre janeiro e o Carnaval, quando 1 milhão de latas devem ser comercializadas, chegará a 35% do total do ano. Nesse período, é possível atingir um público maior, que reverbera no restante do ano. Aí, as vendas que se tem depois do Carnaval costumam dobrar na comparação com o ano anterior.

A Xeque Mate Bebidas, no entanto, o maior desafio não é a distribuição em si, mas fazer com que o consumidor escolha a mercadoria de determinada marca. Quando tem procura, o distribuidor quer vender o produto. Porém, o trabalho para entrar em uma praça nova é de “formiguinha”. É preciso negociar e se cadastrar em cada casa noturna ou bar de forma separada. É um trabalho que pode demorar anos. Mas, depois que se conecta com o consumidor, ele é fiel. Com uma produção de 2 milhões de latas por mês, e a expectativa de dobrar o número neste verão, a empresa já tem esse trabalho mais maduro em São Paulo e Minas Gerais (onde a marca nasceu). Agora, o foco é se consolidar no Rio de Janeiro. Além desses três Estados, a marca, que produz bebidas a partir de rum, está em outros 12, num total de dez mil pontos de venda. Os contratos de exclusividade das grandes empresas com os bares são pontuais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.