06/Jan/2025
O Centro-Sul do Brasil, maior região produtora de cana-de-açúcar, estendeu a moagem até o fim de dezembro, contrariando as expectativas iniciais do mercado. Com isso, os contratos futuros de açúcar demerara negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) devem permanecer abaixo dos 20 centavos de dólar por libra-peso até o início da próxima safra na região, em abril de 2025. Após os incêndios em áreas produtivas no interior paulista em agosto e setembro, a previsão era de encerramento antecipado da moagem, o que pressionaria a oferta global de açúcar. Entretanto, dados recentes mostraram o contrário. Na primeira quinzena de dezembro, foram moídos 8,827 milhões de toneladas de cana. Além disso, 129 unidades produtoras estavam em operação na primeira quinzena de dezembro.
Muitos acreditavam que a safra no Centro-Sul terminaria abruptamente em setembro, resultando em uma das maiores entressafras da história. Até o fim da primeira metade de dezembro, 611,8 milhões de toneladas haviam sido processadas. O movimento de antecipação e o temor de um fim rápido da safra levaram os preços a patamares elevados, como 23 centavos de dólar por libra-peso. Quando essa narrativa não se concretizou, o mercado passou por um ajuste. Além disso, a próxima entressafra deve ser mais curta, com o início precoce da colheita de 2025/2026. O atraso tão comentado acerca do início da safra 2025/2026 parece que não vai ocorrer com a esperada magnitude. Ou seja, vai ter açúcar disponível antes do que se esperava.
Os efeitos das queimadas de agosto devem ser mais visíveis na próxima safra 2025/2026. As áreas plantadas após os incêndios provavelmente terão problemas, mas a colheita deste ano foi pouco afetada. A colheita de cana bisada - remanescente da safra anterior - foi decisiva para o volume acima do esperado. Esses eventuais efeitos sobre a próxima safra, porém, não devem trazer tantas preocupações aos traders nas primeiras sessões da Bolsa de Nova York em 2025. Para a safra 2025/2026, fatores como seca e incêndios podem afetar a produtividade, mas, com boas chuvas, a moagem pode chegar a 620 milhões de toneladas, o que reduziria preocupações com déficit no primeiro trimestre de 2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.