20/Dec/2024
Segundo a StoneX, o consumo de etanol hidratado no Brasil deve recuar 3,6% em 2025, para 20,5 milhões de m³. A retração, equivalente a 700 mil m³, está ligada principalmente à menor oferta do biocombustível em virtude da menor safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul. Estima-se que a moagem da safra 2025/2026 caia 19,5 milhões de toneladas, para 593,2 milhões de toneladas, reflexo de canaviais mais envelhecidos em comparação com 2024. Além disso, a participação do açúcar no mix produtivo deve crescer de 48% para 51%, reduzindo a produção de etanol hidratado de cana-de-açúcar em 9,4% (2,5 milhões de m³).
Apesar do crescimento de 18,8% no etanol de milho, a oferta total do produto tende a cair em 2025. Esse cenário, somado a preços mais altos, com o hidratado projetado acima de R$ 4,00 por litro em janeiro de 2025, ante R$ 3,30 por litro no mesmo mês de 2024, deve pesar sobre a demanda. No entanto, estoques elevados podem atenuar os impactos. Em novembro de 2024, os estoques de etanol hidratado estavam 5,6% acima da média dos últimos cinco anos no Centro-Sul.
Caso a oferta continue elevada entre abril e setembro de 2025, é possível que a paridade do etanol com a gasolina, que deve chegar a 68%-69% no início do ano, retorne a 65%, incentivando o consumo. A expectativa é que a relação suba novamente no último trimestre, alcançando 70% no início de 2026. Outro ponto de atenção para o próximo ano é o impacto do Projeto de Lei Combustível do Futuro, sancionado em outubro. A nova legislação permite que a mistura de etanol anidro na gasolina aumente de até 27,5% para até 35%.
Rumores indicam um possível aumento para 30% já em 2025, o que adicionaria 1,04 bilhão de litros de etanol ao mercado. Caso a mistura chegasse a 35%, o incremento seria de até 2,7 bilhões de litros. Apesar das possibilidades, fatores técnicos, econômicos e a cautela prevista pelo PL podem adiar a implementação de uma mistura maior. Um aumento da mistura tende a aumentar o mix produtivo de anidro para atender à maior demanda, o que pode limitar a oferta e o consumo do etanol hidratado, principalmente em contextos de quebra de safra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.