03/Dec/2024

O Itaú BBA avaliou que a demanda global por açúcar continuará crescendo, com projeção de incremento anual de 1,3 milhão de toneladas nesta década. As condições de mercado, incluindo preços elevados e disponibilidade de financiamento, indicam que o momento é oportuno para a realização de investimentos no setor no País, que está bem-posicionado para liderar a resposta à necessidade de expansão da oferta. Os preços do açúcar bruto no mercado internacional atingiram níveis historicamente altos, mesmo com a recente queda em relação aos picos registrados no início de 2023. O valor, aproximado, de 22,00 centavos de dólar por libra-peso é cerca de 30% superior à média dos últimos 12 anos, o que indica a necessidade de aumento na produção global.

Entre os maiores exportadores de açúcar, apenas Brasil e Índia mantêm produções próximas às máximas históricas. Em contrapartida, outros grandes produtores registraram quedas de até 30% em relação aos picos da última década, o que reforça a urgência por novos investimentos no setor. Para o Brasil, o cenário é ainda mais promissor. O País combina custos de produção competitivos com um prêmio em relação ao etanol que alcança 7,00 centavos de dólar por libra-peso, muito acima da média histórica de 1,00 centavo de dólar por libra-peso. Esse diferencial incentiva as usinas a priorizarem a produção de açúcar em detrimento do etanol, em um movimento que já começou a ser observado. Estão previstos investimentos que ampliarão a capacidade produtiva brasileira em 1,5 milhão de toneladas na safra 2024/2025 e mais 1,0 milhão de toneladas na safra 2025/2026.

No entanto, caso a expansão não aconteça na velocidade necessária, outros países exportadores podem ocupar o espaço no mercado, atraídos pelas margens favoráveis. Há uma janela estratégica para que destilarias migrem para a produção de açúcar, aproveitando os preços elevados e a atual disponibilidade de crédito. O custo de instalação de uma nova fábrica com capacidade de 20 mil sacas de 50 Kg por dia é estimado em R$ 900,00 por tonelada de açúcar instalada. Com uma taxa de câmbio em R$ 5,80 por dólar e o prêmio do açúcar nos patamares atuais, o retorno do investimento praticamente cobre o custo de oportunidade, tornando a migração uma alternativa atrativa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.