27/Nov/2024
A StoneX divulgou a primeira estimativa para a safra de cana-de-açúcar 2025/2026 (abril de 2025 a março de 2026), no Centro-Sul do Brasil, que pode alcançar 593,2 milhões de toneladas, representando queda de 3,2% em comparação com a atual temporada 2024/2025 (612,7 milhões de toneladas). A queda pode ser atribuída, entre outros fatores, aos canaviais envelhecidos, produtividade atípica de 2023/2024 e o elevado volume de cana-de-açúcar bisada em 2024/2025, que não devem se repetir no ano que vem. As chuvas continuam no foco do setor e o período entre dezembro de 2024 a março de 2025 ditará o tamanho da safra naturalmente e, talvez, com um peso ainda maior, dado o déficit hídrico enfrentado recentemente nos canaviais. Caso os níveis observados em novembro não se mantenham e as chuvas voltem para baixo da média, a safra poderá ficar abaixo de 580 milhões a 590 milhões de toneladas.
Em um cenário mais otimista, caso o superávit de chuvas seja constante nos próximos 4 meses com melhor resposta dos canaviais, o ciclo pode ficar novamente acima de 600 milhões de toneladas. A StoneX manteve a visão de Açúcar Total Recuperável (ATR) para 2025/2026, estimado em 140,7 Kg por tonelada, representando uma queda de 12 Kg por tonelada (-0,8%) em 2024/2025, que surpreendeu com os resultados de setembro e outubro. Com a desvalorização do Real frente ao dólar neste ano, que chegou a ultrapassar R$ 5,80 no início de novembro, o contrato futuro de açúcar na Bolsa de Nova York bateu máximas em Reais, mantendo as oportunidades de fixação por parte das usinas exportadoras da commodity. O etanol, em contrapartida, embora mais caro em 2024, permanece com um amplo desconto frente ao VHP (açúcar bruto) e, nesse sentido, o mix açucareiro permanece estimado em 51% em 2025/2026, alta anual de quase 3%.
A produção de açúcar no Centro-Sul deve alcançar 40,6 milhões de toneladas, devendo crescer 1,8% frente a 2024/2025 mesmo com uma moagem 6% menor. A produção de etanol, ao contrário do açúcar, deve diminuir 2,8% em 2025/2026, totalizando 33,5 milhões de metros cúbicos (m³), dos quais 20,7 milhões de m³ de hidratado (-6,1%) e 12,8 milhões de m³ de anidro (+2,8%). A oferta do biocombustível se limitará tanto pela menor disponibilidade de matéria-prima (moagem em queda) quanto pelo menor mix favorável ao etanol, dada atratividade no mercado de açúcar. A consultoria prevê que 9,6 milhões de m³ de etanol de milho serão produzidos em 2025/2026, o que representaria um aumento de 19% em relação à safra 2024/2025. A participação do grão na produção total do etanol pode, portanto, atingir 28% no próximo ciclo, ganhando cada vez mais espaço principalmente na entressafra da cana-de-açúcar e na formação de preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.