25/Nov/2024
A nova investida da Petrobras no etanol pode ser feita muito rapidamente, com a criação de uma joint venture. No entanto, o assunto ainda tem caráter preliminar dentro da Petrobras e vai seguir o rito de governança da companhia. A Petrobras prevê investir US$ 2,2 bilhões em negócios relacionados a esse biocombustível em cinco anos, na maior novidade do Plano Estratégico. A Petrobras está conversando com empresas, com vistas a um negócio que deve ter retorno médio superior a 10%. O etanol é muito rentável e a estatal já começou a conversar com grandes produtores no País. A Petrobras quer começar grande e olha para a cana-de-açúcar e para o milho. Se a fonte for a cana-de-açúcar, a produção deve acontecer em São Paulo, enquanto o produto derivado do milho tem maiores chances de ser produzido na Região Centro-Oeste, onde há sinergia com o transporte da Petrobras.
A volta da estatal à produção de etanol pode se dar a um volume anual de cerca de 2 bilhões de litros ao ano. A Petrobras conversa com parceiros para a criação de uma joint venture, mas essas empresas não pertencem a petroleiras. Isso significa que gigantes do setor, como o braço da BP dedicado a biocombustíveis e a Raízen, joint venture de Shell e Cosan, a princípio estão fora da mesa. Há mais de um parceiro em potencial nas conversas. Hoje, a Petrobras não produz mais etanol. Mas, no Plano Estratégico 2025-2029, a pretensão de investir na produção deste bicombustível nos cinco anos até 2029. A decisão de voltar ao setor segue a busca da diversificação de fontes, e o etanol está no DNA da empresa, onde já tem infraestrutura instalada. A conclusão do Plano Estratégico foi que a empresa precisava reforçar negócios de investimento em molécula. Diversificação de fontes é mandatório.
A estatal entrou na produção de etanol na década de 1970 e saiu recentemente. Hoje, o etanol é o principal competidor da gasolina em um País com frota flex. Além disso, o etanol funciona como um pontapé inicial para o SAF (Sustainable Aviation Fuel) e outros combustíveis como biogás. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, informou que a companhia está conversando com "quatro ou cinco" empresas para entrar em parceria na produção de etanol. O porte do parceiro importa, visto o tamanho ambicionado da nova operação. Foi definido no plano que etanol é mandatório porque é competidor dos produtos Petrobras. Uma das empresas com as quais a Petrobras negocia é a Inpasa Agroindustrial, maior produtora de etanol de milho da América Latina. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.