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14/Nov/2024

Raízen divulga resultado do 2º trimestre 2024/2025

A Raízen divulgou resultados abaixo do esperado no segundo trimestre da temporada 2024/2025, com um Ebitda ajustado de R$ 3,663 bilhões, queda de 2% na comparação anual e 14% menor do que as expectativas do mercado. O desempenho foi sustentado pelo segmento de açúcar, que apresentou bons números, mas compensado por resultados mais fracos nas divisões de mobilidade e renováveis. As condições climáticas secas e incêndios prejudicaram a produtividade da cana-de-açúcar, reduzindo a diluição de custos e afetando negativamente os números da área de renováveis. O trimestre terminou com prejuízo líquido de R$ 158 milhões, comparado com a projeção de lucro de R$ 988 milhões do Safra e do lucro de R$ 28 milhões no trimestre anterior.

Além dos resultados operacionais, esse prejuízo reflete o aumento das despesas com impostos e depreciação, parcialmente compensado por menores perdas financeiras. O Ebitda ajustado do setor de açúcar e renováveis foi de R$ 2,493 milhões, um aumento de 23% na base anual, mas 8% aquém das previsões do Safra. O segmento de açúcar superou as expectativas com um Ebitda ajustado de R$ 2,085 bilhões, refletindo um aumento de 76% ano a ano impulsionado por uma elevação de 54% no volume e de 6% nos preços. O setor de renováveis teve um Ebitda ajustado de R$ 407 milhões, uma queda de 52% em relação ao ano anterior, devido ao aumento no CPV e preços médios de etanol 8% mais baixos, além de uma redução de 15% nos volumes de cogeração. Na Mobilidade, o Ebitda ajustado foi de R$ 910 milhões, uma alta de 11% em relação ao trimestre anterior, mas 13% abaixo da estimativa.

O preço do óleo combustível foi um fator de pressão, reduzindo a margem esperada para R$ 130,00/m³, frente à previsão de R$ 150,00/m³. A Raízen continua com seu plano de desinvestimentos, com foco em ativos que já cumpriram seu papel dentro da companhia. A estratégia de venda de ativos é uma prioridade, com o objetivo de fortalecer a posição financeira e otimizar o portfólio. O desinvestimento continua sendo uma prioridade e haverá novidades. Uma das operações recentes foi anunciada na terça-feira (12/11). A Raízen informou que sua controlada Raízen Energia assinou com a Alta Mogiana a venda de até 900 mil toneladas de cana-de-açúcar, incluindo cana-de-açúcar própria e cessão de contratos com fornecedores, pelo montante aproximado de até R$ 381 milhões à vista, o que representa um valor de aproximadamente US$ 75,00 por tonelada de cana-de-açúcar.

Isso trará redução de custos em duas unidades, Santa Elisa e Vale do Rosário, além de gerar monetização. A Raízen também está avaliando as usinas que classifica como "cauda" (instalações de menor sinergia e rentabilidade), que não estão incluídas em planos de expansão para produção de etanol de segunda geração. Esses ativos estão sendo considerados no plano de desinvestimento para reduzir a alavancagem da companhia. Essa reestruturação é um dos principais focos tanto na divisão de açúcar e bioenergia quanto na área de energia, explicou o executivo, que vê nessas ações uma maneira de fortalecer a operação central da companhia.

A Raízen trabalha com a perspectiva de cumprir o guidance para a temporada 2024/2025 apresentado em maio, com o investimento devendo ficar no nível mais baixo, apesar dos gastos realizados na recuperação dos canaviais. A perspectiva apresentada havia sido de R$ 10,5 bilhões a R$ 11,5 bilhões. Nos dois primeiros trimestres do ano-safra, foram investidos R$ 4,607 bilhões. A empresa ficará mais perto do fundo da faixa, mesmo com a recuperação do canavial. A Raízen está sendo rigorosa no capex, focando no crescimento da companhia e numa parte do capex recorrente. Há confiança na entrega do capex. No entanto, haverá algum desafio no cumprimento do Ebitda ajustado, estimado em R$ 14,5 bilhões a R$ 15,5 bilhões.

Na primeira metade do ano-safra, o Ebitda ajustado da Raízen ficou em R$ 5,976 bilhões. Essa preocupação se dá principalmente pela expectativa de uma quantidade menor de produto disponível e um mix menos favorável. O risco está na quantidade de produto disponível, com um mix pior de açúcar. Contudo, a empresa tem motivos para otimismo em outras áreas, como o mercado de energia elétrica, e os preços do etanol e açúcar, que apresentam uma perspectiva positiva nos próximos meses, especialmente na entressafra. O preço do etanol está em um cenário construtivo, e o preço do açúcar também está se mostrando positivo. A situação das margens de combustível também foi um ponto de foco e as perspectivas são favoráveis.

Não se observa um aumento na sonegação, nem uma grande disponibilidade de produto importado. Embora o mercado interno ainda enfrente desafios, principalmente devido ao impacto das queimadas e do clima adverso, a Raízen vê boas perspectivas na América Latina. O negócio na América Latina tem se saído melhor do que o esperado. A Argentina está com um bom desempenho e o Paraguai também. Essas mudanças no mercado regional estão beneficiando a Raízen, tornando a operação mais rentável e ajudando a compensar as perdas com a produção de cana-de-açúcar no Brasil. Os números melhores na América Latina ajudam a compensar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.