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13/Nov/2024

SAF: Refinaria Riograndense construirá biorrefinaria

A Refinaria Riograndense, controlada pela Petrobras, Braskem e Grupo Ultra, assinou com a dinamarquesa Topsoe contrato de fornecimento da tecnologia para a construção da primeira biorrefinaria brasileira, projeto que gira em torno de US$ 1 bilhão. Os estudos para a nova unidade, que terá foco na produção de SAF (combustível sustentável para aviação), com flexibilidade para produção de diesel verde, serão entregues em junho do ano que vem. A previsão é de que a decisão sobre o investimento seja tomada pelos sócios entre julho e agosto de 2025. Essa unidade vai consumir 800 mil toneladas por ano de matérias-primas sustentáveis, óleos vegetais, gordura animal, enfim, matérias-primas residuais, para a produção do SAF e do diesel verde. Vai ser uma unidade separada da refinaria que existe hoje.

Se os estudos da Topsoe forem aprovados pelos sócios da refinaria, a expectativa é de que a operação da nova unidade seja iniciada em 2028. No ano passado, a Riograndense deu o passo inicial para a descarbonização de suas operações, quando fez o primeiro processamento no mundo em escala industrial de 1.500 toneladas de óleo de soja em sua unidade de FCC (craqueamento catalítico de fluidos), através de tecnologia desenvolvida pelo Cenpes/Petrobras, onde produziu BioGLP, Nafta aromática e combustíveis marítimos sustentáveis.

Com o sucesso do teste, a produção regular desses combustíveis está prevista para ocorrer a partir de 2025, nas unidades já existentes da refinaria. Essa iniciativa foi um sucesso. A tecnologia Petrobras foi validada industrialmente, e o início da operação comercial deve ocorrer para o ano que vem. A ideia é processar, de início, a partir do ano que vem, 120 mil toneladas de matéria-prima sustentável por ano. O Projeto de Lei Combustível do Futuro ajudou a melhorar o ambiente de investimentos no País na área, ao trazer uma regulação mais clara para os projetos de SAF. Ter uma regulação clara no País é fundamental para qualquer projeto de SAF, embora os projetos estudados no Brasil, naturalmente, olham para o mercado nacional e para o mercado internacional.

Não deverá haver obstáculos para o financiamento da nova unidade, não só pelo porte dos sócios no projeto, mas pela atratividade do investimento, que, se aprovado, pode ser muito competitivo, tanto no mercado interno como externo. A premissa é que o projeto vai ter um alto grau de financiabilidade. São três grandes empresas, que têm processos e estruturas bem sólidas. Há conversas com o mercado para a estruturação do project finance, ou para poder criar um funding atrativo. O acionista, no momento de tomar a decisão, vai avaliar o custo de capital e uma série de parâmetros para compor essa dívida.

A competitividade virá principalmente pela localização da refinaria, já que no sul do estado do Rio Grande do Sul, onde fica o Porto de Rio Grande, é uma região de exportação de grãos e óleo vegetal, inclusive para os Estados Unidos. Para se ter uma noção, já tem matéria-prima, gordura animal, sendo exportada pelo Brasil para a produção nos Estados Unidos. E essa matéria-prima passa na frente da Refinaria Riograndense. A expectativa é de que durante a obra, cerca de duas mil pessoas estejam envolvidas, direta ou indiretamente. Essa demanda adicional que vai surgir vai movimentar tanto a estrutura logística quanto a estrutura agrícola do Rio Grande do Sul e, claramente, vai dar mais um impulso na economia local. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.