31/Oct/2024
Segundo o Rabobank, a safra 2024/2025 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil está sendo marcada pela seca prolongada e queimadas, que continuam marcando a colheita, produção e qualidade da matéria-prima. O ritmo acelerado de colheita e de produção de açúcar, principalmente em São Paulo, se deve em grande parte à seca. A estiagem, que já dura 12 meses em algumas regiões, impulsionou uma colheita rápida, mas trouxe limitações ao potencial de produção para a próxima safra. A seca é relevante agora e será para as perspectivas da próxima safra. Além disso, as queimadas de agosto e setembro prejudicaram os canaviais, o que deve se refletir no potencial produtivo de 2025/2026. O Rabobank estima que cerca de 200 mil hectares foram afetados, mas a extensão do estrago ainda está em avaliação.
O banco mantém cautela geral em relação à produção, diante das incertezas climáticas e dos danos provocados pelas queimadas. Sobre o mix de açúcar, apesar de investimentos em capacidade de cristalização nos últimos dois anos, a qualidade da cana-de-açúcar, especificamente a pureza do caldo, frustrou as expectativas do setor. A produção de açúcar está estimada em 38,9 milhões de toneladas, abaixo das previsões iniciais, mas com preços ainda atraentes. Os preços spot e os preços já fixados pelas usinas têm sido favoráveis para o açúcar. Para a safra 2025/2026, o Rabobank projeta uma moagem reduzida, de 580 milhões de toneladas, ainda condicionada ao clima. Essas chuvas são bem-vindas, mas uma recuperação completa do potencial de produção depende de chuvas consistentes até o fim da próxima estação.
Sobre o etanol, observa-se uma recuperação gradual no consumo após as dificuldades enfrentadas na safra anterior. Com uma queda esperada na produção de etanol de cana para 23,1 bilhões de litros, o setor também conta com a expansão do etanol de milho, que deve alcançar 9,3 bilhões de litros em 2025/2026. A previsão é de uma situação muito mais equilibrada no mercado. A perspectiva para o preço do petróleo Brent em 2025 é de US$ 70,00 por barril, o que deverá manter os preços da gasolina relativamente estáveis, limitando o espaço para aumentos no preço do etanol. Não há problema nenhum acompanhando a paridade de importação para a indústria local. Destaque para a importância da Lei de Combustível do Futuro, recentemente sancionada, que poderá elevar a demanda de etanol caso haja um aumento na mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.