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24/Oct/2024

Açúcar: aperto na oferta do Brasil eleva os futuros

Os futuros de açúcar demerara fecharam em alta nesta quarta-feira (23/10) na Bolsa de Nova York. O vencimento março/2025 subiu 61 pontos (2,81%), e fechou a 22,34 centavos de dólar por libra-peso. Os preços foram impulsionados pela perspectiva de aperto na oferta do Brasil. O mercado de açúcar enfrenta um enorme risco de escassez de açúcar brasileiro no primeiro semestre de 2025 devido aos baixos estoques no País e um início tardio da temporada 2025/2026, por causa das recentes condições de seca. Estimativas para 2024/2025 indicam moagem de cana-de-açúcar abaixo de 600 milhões de toneladas e produção de açúcar inferior a 40 milhões de toneladas na região. A Datagro estimou que a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul deverá cair 9,4% em 2024/2025, para 593,01 milhões de toneladas. O rendimento agrícola dos canaviais deverá diminuir 11,7% em 2024/2025, para 77,2 toneladas por hectare.

O ATR será 8,3% menor, de 83,51 quilos por tonelada de cana-de-açúcar colhida. Diante deste quadro, o mix para o açúcar deverá cair um pouco em 2024/2025, para 48,6%, ante 48,9% em 2023/2024. A produção de açúcar, por sua vez, alcançará 38,7 milhões de toneladas, recuo de 8,8% ante a safra anterior. O balanço mundial de açúcar bruto e o fluxo comercial da commodity indicam um mercado global "apertado" para os próximos meses. Tanto que os fundos de investimento finalmente revisaram sua aposta no açúcar, voltando-se agora para o lado comprado. Levantamento da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) mostrou que fundos elevaram suas apostas na alta das cotações de demerara na semana encerrada em 15 de outubro. A posição líquida comprada desses agentes aumentou 13% no período, de 49.897 para 56.445 lotes.

A produtividade média dos canaviais do Centro-Sul do Brasil em setembro passado, referente à safra 2024/2025, se mostrou inferior ao desempenho de igual mês da safra anterior 2023/2024 (69,7 toneladas por hectare ante 83,4 toneladas por hectare). Isso é resultado do acentuado déficit hídrico no período de outubro de 2023 a setembro de 2024, que causou impacto no desenvolvimento dos canaviais colhidos na safra atual 2024/2025, informou o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). No entanto, considerando dados acumulados na safra 2024/2025 (a partir de abril de 2024), a região alcançou uma produtividade de 83,2 toneladas por hectare até setembro passado, dentro da média das últimas 10 safras, que é de 79,7 toneladas por hectare, segundo dados do Programa de Benchmarking do CTC.