23/Oct/2024
Os futuros de açúcar demerara fecharam em leve baixa nesta terça-feira (22/10) na Bolsa de Nova York. O vencimento março/2-25 perdeu 10 pontos (0,46%), a 21,73 centavos de dólar por libra-peso. Os preços voltaram a ser pressionados pela perspectiva de que as chuvas previstas para regiões produtoras do Brasil são benéficas após período de seca. Como fatores baixistas para a commodity pode-se destacar o progresso da colheita brasileira e as condições de cultivos que melhoraram significativamente na Índia e na Tailândia. As chuvas das monções na Índia e na Tailândia têm sido muito benéficas, e as usinas esperam safras fortes de cana-de-açúcar.
Contudo, embora o clima mais úmido seja benéfico para a safra 2025/2026 do Brasil, pode prejudicar o fim da temporada 2024/2025, deixando a oferta mais apertada no quarto trimestre deste ano e no primeiro trimestre de 2025. O mercado parece estar removendo prêmio de risco que tinha sido adicionado por preocupações com a safra 2025/2026 enquanto o tempo seco persistia. Para o fim de 2024/2025, no entanto, a situação pode piorar. Isso porque a chuva vai reduzir o nível de ATR (açúcar total recuperável), que tem sido elevado devido ao tempo seco e, de alguma forma, compensado a queda do mix. Se o ATR cair agora, o mix vai diminuir ainda mais. Entre outros fatores que limitaram as perdas, a Datagro afirmou que a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul deverá cair 9,4% em 2024/2025, para 593,01 milhões de toneladas.
O rendimento agrícola dos canaviais deverá diminuir 11,7% em 2024/2025, para 77,2 toneladas por hectare. O ATR será 8,3% menor, de 83,51 quilos por tonelada de cana-de-açúcar colhida. Diante deste quadro, o mix para o açúcar deverá cair um pouco em 2024/2025, para 48,6%, ante 48,9% em 2023/2024. A produção de açúcar, por sua vez, alcançará 38,7 milhões de toneladas, recuo de 8,8% ante a safra anterior. A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) estimou safra de 590 milhões de toneladas, ante 654,43 milhões de toneladas em 2023/2024. Para 2025/2026, a expectativa é de colheita menor ainda, de 582 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.