23/Oct/2024
Segundo a Usina Alta Mogiana, ao menos dois fatores devem minimizar as perdas com as queimadas nos canaviais este ano: o preço remunerador do açúcar no mercado global, além do dólar valorizado ante o Real, que favorece as exportações. Isso vai reduzir um pouco as perdas das usinas que tiveram canaviais queimados. Mas, ainda é prematuro estabelecer um número final, porque não terminou a precificação da safra este ano, nem a moagem. O que não quer dizer que não haverá prejuízo. Os incêndios nos canaviais da safra 2024/2025 devem provocar quebra da colheita de cana-de-açúcar também na safra subsequente, na base de 5% a 10% em 2025/2026. Se a quebra ocorrer, seria a segunda seguida após as perdas da safra 2024/2025.
Segundo a consultoria Datagro, a colheita este ano deve alcançar 593,01 milhões de toneladas de cana, recuo de 9,4% ante os 654,43 milhões de toneladas colhidas em 2023/2024. A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) projetou quebra de pelo menos 9% na safra 2024/2025, de 654 milhões de toneladas em 2023/2024 para 590 milhões de toneladas em 2024/2025, e nova quebra, de 1,36%, em 2025/2026, para 582 milhões de toneladas. Na Usina Alta Mogiana, em São João da Barra, os incêndios destruíram mais de 20 mil hectares, de uma área de 65 mil hectares que seriam colhidos nesta safra. Grosso modo, um terço da colheita foi afetada pelos incêndios. Esta área queimada foi recorde; o anterior, de cinco, seis anos atrás, era de 17 mil hectares. Canaviais em várias fases foram afetados pelo fogo.
Parte das plantas estava para ser colhida, parte já tinha sido colhida e estava rebrotando e parte do fogo ocorreu na palha, que afetou a rebrota da cana-de-açúcar sob esta camada. No caso da cana-de-açúcar madura queimada, ela perdeu pelo menos 50% do peso; no caso da cana-de-açúcar em fase de rebrota, atrasa pelo menos em uns cinco meses o crescimento da planta. Assim, a Usina Alta Mogiana estava projetando colher 7,2 milhões de toneladas na safra 2024/2025, mas deve colher, até 15 a 20 de novembro, quando deve finalizar os trabalhos, algo em torno de 6,7 milhões de toneladas, quase 7% a menos. O mix de produção de açúcar e etanol, projetado pela usina inicialmente em 70% para o açúcar e 30% para o etanol, foi revisto agora para 61% de açúcar e 39% etanol. O que, diante dos preços favoráveis do açúcar, é uma perda importante. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.