22/Oct/2024
O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), sediado em Piracicaba (SP), está desenvolvendo uma nova tecnologia de plantio de cana-de-açúcar que se aproxima o máximo possível de um plantio por semente. São tecnologias que já foram adotadas para outras culturas, como soja, milho e algodão, e melhoramento genético com precisão. Atualmente, o plantio de cana-de-açúcar é feito por colmos ou mudas pré-brotadas, o que demanda grande volume de material e maquinário muito pesado. A ideia é trabalhar o mais próximo possível ao conceito de semente, reduzindo o material a ser cultivado. Embora obviamente a cana-de-açúcar não se multiplique por sementes, a tecnologia vai chegar muito próximo a isso. Ao aproveitar apenas o "olho" do colmo da cana-de-açúcar (o seja, a parte em que ocorre a brotação de fato), o plantio fica mais fácil, utilizando-se equipamentos bem menos pesados.
Com isso, o plantio será mais preciso, revolvendo menos o solo, o que auxilia na conservação de palhada, incorporando mais carbono no solo. A tecnologia ainda está sendo desenvolvida e alguns fatores ainda precisam ser testados. A ideia é que "em breve" ela esteja disponível para o mercado. Na fase atual, o CTC tem buscado firmar parcerias com usinas sucroenergéticas para testar a nova tecnologia, que vem sendo desenvolvida há cerca de dez anos e contou com financiamento do BNDESPar, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa é ter em breve uma produção em nível industrial dessas 'sementes'. Há contratos em andamento com as usinas. Para que a nova tecnologia seja adotada, porém, seria necessária uma grande mudança nos equipamentos de plantio de cana-de-açúcar.
A ideia é transformar o parque de máquinas num parque menos pesado e de menor porte, que carregue menos volume de material, mas suficiente para cobrir vários hectares. Haverá, assim, uma economia de diesel, equipamentos menos pesados entrando no campo e compactando menos o solo, menor revolvimento do solo e melhor conservação da palhada da cana-de-açúcar. Há, inclusive, empresas interessadas em desenvolver maquinário. A ideia é ter parceiros para isso também. Há pelo menos 20 anos, outra empresa do ramo chegou a tentar um sistema de plantio que exigisse menos material, sem sucesso, porém. Era uma geminha pré-brotada. O CTC tentou utilizar um pouco daquela ideia, mas buscou uma nova rota tecnológica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.