17/Oct/2024
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o consumo de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão) deverá chegar ao pico até 2030, à medida que a utilização de energias limpas ganhar força. A partir de então, o crescimento contínuo da demanda global por energia deverá ser atendido exclusivamente por fontes renováveis. Mais de 560 gigawatts (GW) de capacidade em energias renováveis foram adicionados à estrutura global em 2023, mas não há uniformidade entre tecnologias e países. Somente a China contribuiu com cerca de 60% para a capacidade de energia renovável no ano passado. O crescimento da demanda por eletricidade irá acelerar nos próximos anos em ritmo mais rápido, aumentando cerca de 6% em 2035, mas acompanhado pelo desempenho de fontes renováveis e atendendo metas globais de "net zero".
O consumo será impulsionado por centros de dados e inteligência artificial (IA), indústrias, mobilidade elétrica e máquinas de resfriamento. Por outro lado, este cenário pesará no crescimento da demanda por petróleo. Somente o aumento no uso de veículos elétricos (EVs) deve reduzir a demanda global pelo óleo em 6 milhões de barris por dia (bpd), intensificando o superávit da oferta e mantendo os preços na faixa de US$ 75,00 a US$ 80,00 por barril. A AIE reconhece um potencial elevado de riscos de interrupção da oferta combustíveis fósseis no curto prazo, devido aos conflitos no Oriente Médio, lembrando que cerca de 20% da produção global de petróleo e gás natural liquefeito (GNL) passa pelo Estreito de Ormuz. Contudo, a capacidade de produção do petróleo deve aumentar para 8 milhões de bpd e uma onda de projetos de GNL ampliará em 50% a capacidade de exportações até 2030.
A redução nos preços de combustíveis fósseis gera uma oportunidade para que economias emergentes e em desenvolvimento redirecionem recursos para investimentos em energias renováveis, acelerando a transição para uma economia verde. Como pontos positivos, já existe uma produção de ampla capacidade de baterias de lítio e painéis solares, o que também reduz o custo de adoção de renováveis, e que os investimentos em projetos de energia limpa estão se aproximando do valor de US$ 2 trilhões por ano, o dobro dos investimentos em combustíveis fósseis. Juntamente com a energia nuclear, que é objeto de interesse renovado em muitos países, as fontes de baixas emissões devem gerar mais da metade da eletricidade mundial antes de 2030. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.