16/Oct/2024

De tarifas a restrições tecnológicas, os desafios globais estão aumentando para as montadoras chinesas. No entanto, a BYD, a maior montadora da China, continua a todo vapor. No mês passado, a BYD registrou seu quarto mês consecutivo de vendas globais recordes, com 419.430 veículos vendidos. No início deste ano, ela assumiu a posição de montadora nº 1 em vendas na China, à frente do grupo Volkswagen, que reinou por décadas. A BYD fabrica apenas veículos totalmente elétricos e híbridos plug-in, que juntos representaram 53% do mercado chinês em setembro, de acordo com números divulgados no dia 12 de outubro pela China Passenger Car Association. As montadoras ocidentais e japonesas especializadas em veículos movidos a gasolina, agora lutando por uma minoria do mercado, estão sendo massacradas. As vendas de setembro da GM com a parceira de joint venture SAIC Motor, com a qual produz carros Buick, Chevrolet e Cadillac, caíram em mais de três quartos em relação ao ano anterior, para 22.050 veículos. A Honda caiu 43%. As vendas da Tesla na China aumentaram 66% em relação ao ano anterior, para 72.200 veículos.

Globalmente, a GM, a Ford e algumas outras montadoras ocidentais têm recuado de suas ambições elétricas, dificultando a competição na China. Enquanto isso, a Honda abriu recentemente uma nova fábrica na China dedicada à produção de veículos elétricos e híbridos plug-in. A BYD, ou Build Your Dreams, está aproveitando a virada dos consumidores chineses para a frugalidade. Seu híbrido plug-in Qin L, lançado em maio, é semelhante em tamanho ao Toyota Camry, mas começa no equivalente a US$ 14.100,00 de acordo com o site da BYD, contra um preço inicial de varejo sugerido de cerca de US$ 24.250,00 para o Camry. A BYD diz que o Qin L pode rodar até cerca de 1.300 milhas com uma carga e um tanque cheio. Ele vem com os recursos populares em carros inteligentes, como um display frontal e comandos de voz para controlar o ar-condicionado e o sistema de música. A empresa vem trabalhando há anos para construir suas próprias baterias, melhorar a eficiência de combustível e desenvolver tecnologia híbrida plug-in. Isso lhe deu uma liderança na categoria de veículos de nova energia, ou NEV, que inclui EVs completos e plug-ins.

Junto com um exterior de veículo muito melhorado e estilo interior de cinco anos atrás, ele finalmente aproveitou a oportunidade de NEVs começando a entrar em famílias comuns. Durante grande parte deste ano, os híbridos plug-in da BYD superaram seus EVs completos. Em setembro, cerca de 60% dos carros que vendeu globalmente eram plug-ins. As esperanças da empresa para expansão global foram temperadas por uma reação contra carros chineses. Nos Estados Unidos, o governo Biden impôs uma tarifa de 100% sobre veículos elétricos chineses e o Departamento de Comércio propôs proibir componentes chineses dentro de veículos conectados. Este mês, os países membros da União Europeia votaram para impor tarifas de até 45% sobre carros elétricos feitos na China. As vendas da BYD no exterior ainda estão crescendo ano a ano, mas em um ritmo mais lento, e mais de nove em cada dez de seus veículos são vendidos na China. A BYD vende em mercados como Europa e Ásia Central. Em casa, as montadoras chinesas estão em alta, ajudadas por um programa governamental de dinheiro por sucata que trouxe alguns consumidores de volta aos showrooms.

No ano passado, as vendas de marcas locais na China superaram as marcas estrangeiras pela primeira vez em décadas em uma base anual. Em abril, o volume de vendas do grupo BYD na China superou o do grupo Volkswagen, segundo a Automobility, empresa de estratégia sediada em Xangai. Nos primeiros nove meses do ano, a participação de mercado da BYD ficou em cerca de 16%, enquanto o grupo Volkswagen, incluindo marcas como Volkswagen, Audi e Skoda, mas não veículos importados como Porsche, ficou em torno de 13%. O chefe da Volkswagen na China disse em abril que está focado na lucratividade. Reduzindo custos ao fabricar suas baterias e chips internamente, a BYD é uma das poucas fabricantes de EV lucrativas na China. Este ano, a BYD intensificou uma guerra de preços ao cortar preços. Ainda assim, a empresa relatou um aumento de 24% no lucro líquido no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, o último número disponível. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.