18/Sep/2024
Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), embora tenha rondado os US$ 70,00 por barril, chegando a US$ 68,00 por barril na semana passada e recuperando a casa dos US$ 73,00 por barril agora, o preço do petróleo tipo Brent deve se manter entre US$ 80,00 e US$ 90,00 por barril no médio e no longo prazo. Para os próximos meses, no entanto, os preços da commodity ainda devem experimentar alta volatilidade ligada ao comportamento da demanda com diferentes sinais vindos da atividade econômica na China, mas também na Índia e nos Estados Unidos. Isso sem contar o efeito das expectativas da temporada de furacões no Golfo do México (EUA), que têm ajudado a sustentar os preços, evitando quedas maiores. Embora essa volatilidade pese sobre o valor de mercado das empresas, os impactos para aquelas que atuam no Brasil, em função da resiliência financeira dos projetos em curso, que param de pé com preços conservadores, entre US$ 30,00 e US$ 50,00 por barril.
Passadas as turbulências, a tendência é de recuperação dos preços em função de projeções do setor indicando estabilidade no consumo mundial de óleo bruto entre 103 milhões e 106 milhões de barris por dia até 2040. Também existem projeções citando volumes menores, de 99 milhões a 100 milhões de barris por dia no mesmo prazo. Essa demanda escalou nos últimos anos: em 2020 estava na casa dos 89 milhões de barris diários. Há um arrefecimento de momento na demanda, mas haverá estabilidade em bom termo no longo prazo. À frente, o menor crescimento da China pode reduzir a sua demanda por petróleo, mas a Índia deve começar a consumir mais em movimento com potencial de compensação. A Índia importa 80% de todo o petróleo que consome para suas grandes refinarias. Já é o país mais populoso do mundo, com várias fontes energéticas, o que inclui as renováveis, mas passa pelo petróleo. Hoje, junto com a China, a Índia já é um fiel da balança no mercado de petróleo.
Pelo lado da oferta, a África tende a reduzir a produção, mas o aumento das curvas fora da Opep+, em países como Estados Unidos, Brasil e Guiana, deve sustentar o volume ofertado ao mercado. Embora sob controle hoje, o futuro do fundamento da oferta é uma incógnita devido à inflação do setor. Os custos da produção estão aumentando muito e isso faz o preço final subir. Há uma inflação muito grande e muitas empresas que já não querem mais financiar óleo e gás sob o argumento da transição. Se isso perdurar, os preços serão ainda mais pressionados que o esperado porque haverá demanda. Como resultante de todos esse fatores, é correto imaginar um preço estabilizado entre US$ 80,00 e US$ 90,00 por barril, com picos de US$ 100,00 por barril e mínimas eventuais na casa dos US$ 70,00 por barril como agora. No entanto, a dificuldade de fazer previsões em um mercado que comercializa 10 vezes mais volume do que produz todos os dias e é sensível a "cataclismas e distúrbios geopolíticos". Quando estourou a guerra da Ucrânia, o petróleo foi a US$ 125,00 por barril. E, na pandemia, caiu a US$ 25,00 por barril. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.