09/Sep/2024
A Índia planeja estender a proibição das exportações de açúcar pelo segundo ano consecutivo, já que o maior consumidor mundial do adoçante enfrenta a perspectiva de uma menor produção de cana. A Índia também planeja aumentar o preço pago pelas petroleiras na compra de etanol das usinas de açúcar como parte dos esforços para aumentar o fornecimento do biocombustível. A ausência da Índia no mercado mundial de açúcar comprimiria ainda mais os suprimentos globais, sustentando os preços de referência em Nova York e Londres. A Índia planeja proibir as usinas de exportar açúcar em um momento em que os suprimentos do Brasil, o maior produtor e fornecedor mundial do adoçante, devem diminuir devido a uma seca no país sul-americano.
No cenário atual da safra, não há espaço para as exportações de açúcar, segundo o governo indiano. Depois de atender à demanda local de açúcar, nossa próxima prioridade é a mistura de etanol e será preciso de muito mais cana para cumprir as metas de mistura de etanol. Buscando reduzir as emissões de carbono, a Índia pretende aumentar a participação do etanol na gasolina para 20% até 2025/2026, em comparação com os atuais 13%-14%. As usinas indianas de açúcar, como a E.I.D.-Parry, Balrampur Chini Mills, Shree Renuka, Bajaj Hindusthan e Dwarikesh Sugar, aumentaram sua capacidade de produção de etanol nos últimos anos.
O governo também está considerando um aumento de mais de 5% no preço de aquisição do etanol para a nova temporada de comercialização que começa em novembro. No final do mês passado, uma ordem do governo disse que a Índia permitiria que as usinas de açúcar usassem caldo ou xarope de cana para produzir etanol a partir de novembro. Os planos da Índia de estender a proibição das exportações de açúcar e aumentar os preços domésticos do etanol não haviam sido reportados anteriormente. Ambas as medidas devem ser anunciadas no final deste mês. A Índia, que também é o maior produtor mundial de açúcar depois do Brasil, proibiu as usinas de exportar o adoçante durante a atual temporada 2023/2024, que começou em 1º de outubro de 2023.
Essa foi a primeira restrição à exportação de açúcar em sete anos. A Índia permitiu que as usinas exportassem apenas 6,1 milhões de toneladas de açúcar durante a última temporada, quase metade da remessa total do país em 2021/2022. A produção de açúcar durante a próxima temporada 2024/2025 deverá cair para 32 milhões de toneladas, em relação às 34 milhões de toneladas deste ano, devido ao impacto adverso das chuvas irregulares do ano passado nos Estados de Maharashtra e Karnataka. O mundo precisará de remessas da Índia em 2025, já que a produção do Brasil deverá ser menor. Sem as exportações indianas, os preços globais deverão permanecer sustentados. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.