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04/Sep/2024

Carro Elétrico: China vai revidar tarifas do Canadá

O Ministério do Comércio da China anunciou nesta terça-feira (03/09) que fará investigações antidumping sobre as importações canadenses de colza (planta cultivada para fazer óleo para cozinhar e processos industriais) e alguns produtos químicos. O objetivo é observar se tais produtos estão sendo precificados de maneira incorreta no país asiático. As investigações estão sendo abertas a pedido de grupos da indústria. A medida ocorreu depois que o Canadá informou no mês passado planos de aplicar tarifas sobre as importações de veículos elétricos chineses, aço e alumínio. Em linha com as medidas semelhantes dos Estados Unidos e da União Europeia, a decisão do Canadá é uma tentativa de proteger a manufatura doméstica do que considera concorrência desleal de empresas chinesas. A partir de outubro, o Canadá implementará uma sobretaxa de 100% em todos os veículos elétricos fabricados na China, bem como uma sobretaxa de 25% nas importações de produtos de aço e alumínio do país asiático.

As duas tarifas correspondem às medidas introduzidas pelo governo Biden em maio, que incluíram o aumento das tarifas sobre certos produtos chineses de aço e alumínio de até 7,5% para 25%, e a taxa sobre veículos elétricos de 25% para 100%. O Ministério do Comércio da China afirmou que o volume de exportações canadenses de colza para o país saltou 170% em relação ao ano anterior em 2023, totalizando um valor total de US$ 3,47 bilhões, apesar da queda dos preços. Afetados pelo que o ministério avalia ser concorrência desleal das importações canadenses, os negócios domésticos de colza da China continuaram a perder valor. A China é o segundo maior importador mundial de colza, conhecida como canola no Canadá. A commodity foi o principal produto de exportação enviado para o país em 2023, de acordo com um relatório baseado em dados comerciais oficiais publicados pela Universidade de Alberta em maio.

Embora o Ministério do Comércio da China não tenha deixado claro quais produtos químicos serão alvos em sua investigação, uma possibilidade seria a polpa química de madeira, quarto produto canadense mais exportado para a China em 2024, com valores totalizando US$ 2,21 bilhões, de acordo com relatório da Universidade de Alberta. A relação entre China e Canadá azedou nos últimos anos desde a prisão da executiva da Huawei, Meng Wanzhou, pelo Canadá no fim de 2018 e as subsequentes detenções pela China de dois canadenses acusados de espionagem. Após a prisão de Meng, a China impôs uma proibição às importações de canola canadense por três anos, a partir de 2019. O Ministério do Comércio chinês levará a disputa sobre as últimas medidas tarifárias do Canadá à Organização Mundial do Comércio (OMC), descrevendo as medidas como discriminatórias, além de conduzir suas próprias investigações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.