26/Aug/2024
Projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para o preço do petróleo no horizonte do seu Plano Nacional de Energia 2034 (PDE 2034) indicam estabilidade no valor da commodity no cenário de referência, porém se mantendo acima dos US$ 80,00 por barril. Apesar do crescimento da produção dos países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o grupo continuará a exercer influência significativa sobre o mercado nos próximos 10 anos. O estudo propõe três cenários para o preço do petróleo, que poderia chegar a US$ 115,00 por barril em 2034, em uma trajetória de preços altos; a US$ 83,00 por barril no cenário de referência; e a US$ 53,00 por barril em uma visão menos otimista. Em 2024, o crescimento da demanda por petróleo será moderado, mas continuará crescente até a década de 2030.
No longo prazo, há possibilidade de recuperação do market share da Opep, à medida que a produção dos Estados Unidos e outros produtores, que atuem em campos não convencionais, tenham sua competitividade reduzida. A indústria mundial do petróleo, sobretudo produtores independentes, necessitará se adaptar a uma eventual realidade de aumento da carga tributária e menores opções de financiamento. O cenário de referência está baseado em fatores como o pico de produção dos Estados Unidos, que passou de importador a exportador de petróleo com a exploração não convencional, sendo atingido no final desta década; a redução da demanda pelo avanço da eletrificação de automóveis; e as metas de descarbonização amplificando o investimento em outras fontes. O estudo mostra ainda, que a demanda global por derivados de petróleo deve seguir firme, devido ao crescimento global no curto prazo, havendo impactos da transição energética nos derivados de formas distintas no longo prazo.
A demanda por gasolina deve começar a declinar, enquanto a de óleo diesel ainda tende a crescer, especialmente pela dificuldade de viabilizar investimentos em segmentos de difícil descarbonização e tecnologias e fontes alternativas em países em desenvolvimento. A partir desse panorama, o parque de refino global deve sofrer mudanças, com o fechamento ou renovação de refinarias mais antigas e menos complexas e manutenção da rentabilidade das refinarias mais modernas ao longo do horizonte decenal. O estudo prevê que a demanda global por derivados de petróleo deve permanecer consistente devido ao crescimento econômico global e à dificuldade de substituição dos combustíveis fósseis em alguns segmentos. A necessidade de a demanda permanecer elevada, em um contexto de busca pela segurança energética durante a transição, vai incentivar novos investimentos no setor de petróleo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.