ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/Aug/2024

Carro Elétrico: China revida contra investigação da UE

A China afirmou que abriu uma investigação sobre subsídios em produtos lácteos importados da União Europeia, a mais recente de uma rodada de ações de retaliação entre as duas potências comerciais cada vez mais hostis. A China agiu um dia após a União Europeia afirmar seu plano de impor altas tarifas sobre veículos elétricos fabricados na China com base nos resultados de uma investigação sobre subsídios chineses para o setor. No início deste ano, a China abriu investigações antidumping sobre produtos de conhaque e carne suína da União Europeia. A Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia, afirmou que defenderia firmemente os interesses da indústria de laticínios do bloco e interviria se necessário para garantir que a investigação chinesa esteja em conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). A China disse que a investigação deve durar um ano.

A China respondeu com raiva à investigação da União Europeia sobre veículos elétricos, o que ameaça descarrilar o que o governo chinês tem como alvo um impulsionador do crescimento das exportações. A Comissão Europeia afirmou que os subsídios estatais chineses para fabricantes de VE distorcem a concorrência ao reduzir os preços e dificultar a capacidade da Europa de desenvolver sua própria indústria de VE. Sob a versão mais recente das penalidades da União Europeia, as montadoras chinesas pagariam até 36% em impostos extras além de um imposto existente de 10% imposto pela União Europeia sobre VEs importados com bateria. A Tesla, sediada nos Estados Unidos, desfrutaria de uma tarifa mais favorável da União Europeia de 9% sobre seus carros fabricados na China, um cálculo que autoridades europeias disseram ser baseado no montante em subsídios cada montadora recebe na China.

A União Europeia deve tomar uma decisão final para impor as tarifas de VE ainda este ano. A União Europeia conversou com autoridades chinesas sobre sua investigação e disse esta semana que continua aberta a um acordo que evite as tarifas. Mas, um acordo é visto como difícil, dada a distância entre os dois lados. O Ministério do Comércio da China chamou as ações da União Europeia de irracionais e prometeu tomar todas as medidas necessárias para defender resolutamente os direitos das empresas chinesas. Até alguns anos atrás, a Europa e a China estavam aprofundando seus laços comerciais, e algumas empresas europeias com negócios na China continuam a pressionar para evitar uma guerra comercial que prejudicaria os lucros.

Mas, a Europa endureceu sua posição em relação à China, em parte por causa dos temores de uma enxurrada de produtos chineses baratos e em parte por causa dos laços estreitos entre a China e a Rússia após a invasão da Ucrânia. A União Europeia usou uma nova lei para abrir investigações sobre supostos subsídios para empresas chinesas que licitam contratos governamentais no bloco. Autoridades de diversos países membros também estudaram o aumento do escrutínio dos investimentos chineses na Europa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco quer reduzir os riscos da China sem cortar os laços econômicos. A Câmara de Comércio da União Europeia na China afirmou que, lamentavelmente, o uso de instrumentos de defesa comercial por um governo está cada vez mais sendo respondido aparentemente da mesma forma pelo governo destinatário.

Os produtos lácteos visados na última investigação chinesa incluem leite, creme e queijo fresco ou processado. Embora os queijos franceses e italianos sejam símbolos dos produtos europeus, as exportações de laticínios para a China não são uma grande parte do comércio União Europeia-China. Dados alfandegários chineses mostram que o país importou cerca de US$ 1,1 bilhão em produtos especificados no aviso globalmente neste ano até julho, e a maioria veio da Nova Zelândia. As exportações da União Europeia para a China totalizaram o equivalente a quase US$ 250 bilhões em 2023. No ano passado, a China foi o terceiro maior mercado de exportação da União Europeia, enquanto a União Europeia foi o segundo maior mercado de exportação da China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.