24/Jul/2024
Além da Refinaria de Mataripe, na Bahia, cujas negociações já estão avançadas, a Petrobras estuda recomprar também a Refinaria da Amazônia (Ream), vendida no fim do governo anterior, em dezembro de 2022, para o grupo Atem, por US$ 257,2 milhões (R$ 1,42 bilhão). Desde o começo da atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras retomou o modelo de gestão com a concentração do controle de cadeias inteiras de setores em que as estatais atuam. Especialistas criticam essa estratégia e veem risco, no caso da Petrobras, de maior interferência política na administração de uma companhia com ações na Bolsa. Em eventos públicos, o presidente Lula e ministros criticam a perda de controle de empresas ou atividades vendidas para a iniciativa privada nos anos anteriores, como a BR Distribuidora, a Eletrobras e as refinarias da Petrobras. A retomada das refinarias de Mataripe e da Ream representaria um marco nos planos de reestatização do governo.
A estatal também se movimentou para enterrar os planos de privatização de outras unidades de refino. Em maio deste ano, o Cade aprovou novas versões dos acordos com a Petrobras na área de gás, autorizando a companhia a manter cinco refinarias que estavam no plano de vendas desde 2019. A Petrobras e o fundo Mubadala, que controla a Acelen, dona da refinaria de Mataripe (BA), estão avançando nas negociações para a volta da estatal ao controle da unidade vendida em 2021. Os valores do negócio ainda não foram fechados. A refinaria custou US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 9 bilhões) à Acelen. O mais provável é que a Petrobras recompre integralmente a refinaria. A retomada das operações na Região Norte do País é defendida pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pelo próprio governo sob o argumento de que é preciso garantir o funcionamento da refinaria e preços mais baixos para o consumidor da região.
Logo após a compra, o grupo Atem, que atua no ramo de distribuição de combustíveis na Região Norte, aumentou o preço do gás de cozinha vendido pela unidade e, devido a uma parada para manutenção, em maio, passou a importar os combustíveis para atender ao mercado, elevando o preço dos derivados. De acordo com o Sindipetro-AM, filiado à FUP, a Ream opera hoje apenas como estrutura de apoio logístico ara a distribuição de derivados importados. Segundo a Atem, a Ream está com o programa de manutenção intensivo em andamento em toda a unidade (parque de refino, tanques, dutos e píeres) e, por esse motivo, foi necessário paralisar temporariamente as atividades de refino. Trata-se de um movimento planejado, previsto desde a aquisição da unidade, em dezembro de 2022, e devidamente alinhado aos órgãos reguladores. Desde o início da parada, a empresa está atendendo às demandas dos clientes sem interrupções e sem impactos ao abastecimento do mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.