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09/Jul/2024

Refinarias privadas criticam defasagem de preços

As refinarias de petróleo privadas estudam ir à Justiça contra a Petrobras por não reajustar os preços da gasolina e do diesel. De acordo com a Refina Brasil, associação que reúne as refinarias privadas do País, como detém 80% de participação no mercado de combustíveis, a estatal está inviabilizando a sobrevivência dos concorrentes ao represar os preços. Desde o dia 10 de junho, a Petrobras decidiu se descolar dos preços internacionais. De lá para cá, a cotação do petróleo tipo Brent aumentou e o dólar disparou em relação ao Real, elevando o custo das importações. É incoerente o governo querer conter o déficit fiscal e ao mesmo tempo renunciar aos ganhos que teria com o reajuste de preços nas refinarias da Petrobrás. No caso da gasolina, já são 257 dias sem mudanças no preço, levando a defasagem a 19% em relação aos preços do Golfo do México, região usada como referência pelos importadores.

No diesel, o preço está inalterado há 190 dias e a diferença é de 17%. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que a Petrobras deveria elevar a gasolina em R$ 0,67 por litro, e o diesel em R$ 0,73 por litro, para corrigir as defasagens. O Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie) vê defasagem ainda maior: de 25,17% na gasolina, e de 10,62% no diesel. A alta do câmbio aumenta o custo de importação e o custo da Petrobras, que deixa de ganhar em um momento em que o governo precisa de arrecadação. A Petrobras não vende petróleo para as refinarias privadas, com exceção da Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, que tem contrato com a estatal. Desta maneira, as pequenas refinarias privadas precisam importar, o que está ficando impraticável com a disparada do dólar. Ou essas refinarias seguem o preço de paridade de importação (PPI) ou quebram.

O setor estuda medidas jurídicas. Se continuar dessa maneira, não vai ter sentido produzir derivados no Brasil. A Acelen, braço do fundo de investimento árabe Mubadala no Brasil, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, foi privatizada há dois anos. E, embora compre petróleo da Petrobras, segue a PPI e reajustou o preço da gasolina em 10%, e do diesel S10, em 11%, em junho. A Petrobras abandonou o PPI em maio de 2023, e adotou um cálculo que leva em conta o preço mínimo que está disposta a vender com o preço máximo que o cliente quer pagar. Assim, os analistas têm dificuldade de prever os movimentos da estatal, que também trocou de comando recentemente, com a substituição de Jean Paul Prates por Magda Chambriard. E Magda já declarou que não vai mudar a política de preços ‘abrasileirados’ do antecessor.

Com a cotação do dólar em alta e um furacão ameaçando a região do Caribe, o preço da gasolina e do diesel no Brasil se distancia cada vez mais do praticado no mercado internacional. Mesmo não seguindo mais a política de paridade de importação, o aumento da defasagem em relação aos preços internacionais deveria levar a Petrobras a reajustar os preços dos combustíveis internamente. O reajuste de 3,2% no preço do Querosene de Aviação (QAV), anunciado pela Petrobras na semana passada, animou os importadores, que também reclamam do congelamento dos preços dos combustíveis ao longo de 2024 e temem a disparada dos preços do petróleo com o furacão Beryl, que assola o Caribe. Já passou da hora da Petrobras reajustar os seus preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.