28/Jun/2024
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que representa as montadoras, levou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) um pedido para antecipar em dois anos a cobrança da alíquota máxima do imposto de importação sobre carros híbridos e elétricos. O pleito foi colocado em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, chefe do ministério. O MDIC confirmou que recebeu o pedido e que a partir de agora fará uma análise técnica "sem que haja pré-julgamento". A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), que representa importadores de automóveis, já se manifestou contra a medida, cobrando previsibilidade nas políticas industriais.
O imposto de importação sobre carros híbridos e elétricos voltou a ser gradualmente cobrado em janeiro, com alíquotas que variam a depender da tecnologia. A intenção é estimular a produção local das tecnologias. Assim, o imposto começou em 10% para os carros puramente elétricos e em 15% para os híbridos, ou 12% no caso dos híbridos plug-in, que têm as baterias carregadas na tomada. A previsão é que essas alíquotas sejam elevadas em mais três rodadas, convergindo para 35% em julho de 2026. As montadoras, representadas pela Anfavea, querem, contudo, a volta urgente da alíquota máxima, alegando que o retorno gradual do imposto de importação não conseguiu frear a entrada de carros eletrificados da China.
De janeiro a maio deste ano, o mercado de veículos teve um crescimento de 15%, mas a produção recuou 1,7%. A Anfavea sustenta que a produção não acompanha o crescimento da demanda porque, além da queda das exportações, as importações estão avançando. A Abeifa defendeu o acesso dos consumidores a novas tecnologias e afirmou que medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são ineficazes. A médio e longo prazo, são prejudiciais a toda a cadeia automotiva. Não fosse a abertura do mercado a carros importados na década de 1990, o Brasil não teria um parque industrial com dezenas de montadoras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.