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14/Jun/2024

Brasil tem diversas opções para descarbonização

No Brasil, todo o ecossistema da mobilidade tem se movimentado para reduzir a pegada de carbono. Há caminhos para acelerar a descarbonização nos transportes. A Volkswagen Caminhões e Ônibus acredita que a primeira medida do setor é reconhecer que a indústria automotiva polui e precisa se esforçar para diminuir o mais rápido possível o nível de emissões de dióxido de carbono (CO2). Uma das soluções é utilizar combustíveis biovegetais e investir na eletrificação da frota. O Brasil tem uma frota velha e, por isso, sua renovação seria uma contribuição fundamental. A Indigo Brasil citou duas medidas empregadas pela empresa. Porta adentro, colocou em prática diversas atividades para mitigar as emissões, como o uso de placas solares e veículos elétricos nas tarefas internas. Porta afora, ajuda na mobilidade urbana, com a organização de seus estacionamentos, sem que os carros fiquem circulando até encontrar uma vaga, e nas áreas de zona azul das cidades, por exemplo.

Quando há uma gestão adequada desses lugares, o desafogo no trânsito chega a 30%, causando, consequentemente, a redução das emissões de CO2. Para a Eletra, a descarbonização dos transportes passa pela eletrificação. Há vantagens dos veículos movidos a bateria. Um ônibus elétrico em circulação deixa de emitir 102 toneladas de CO2 na atmosfera por ano. Isso equivale ao plantio de 6.400 árvores. A Eletra tem sido muito atuante, mas o País está aquém do que deveria no transporte público sustentável. É impossível falar de transporte público eletrificado sem que existam políticas públicas. A falta de incentivos trava o avanço da eletromobilidade. A indústria nacional de ônibus elétricos está na ‘UTI’. Não dá para fazer frente com a competitividade da China sem que o governo federal crie mecanismos para ajudar.

O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) destacou que a descarbonização nos transportes pressupõe que todas as cidades devem apresentar interações dos modais para facilitar o deslocamento das pessoas. É preciso trazer todos os elementos para a mesa de discussão. É possível fazer a analogia da mobilidade urbana com um quebra-cabeças de 5 mil peças. Na caixa, dá para ver uma imagem linda, mas é preciso ter um plano para juntar todas as peças. Uma das estratégias de que a mobilidade urbana necessita são as políticas públicas. 5,6% das emissões provocadas pelo setor do transporte são provenientes do transporte público. Curitiba (PR) está investindo na eletrificação da frota, porém, o desafio é explicar aos usuários que eles não precisam de carro. Isso exige uma mudança de comportamento.

Se as políticas públicas são vitais para a descarbonização dos transportes, o World Resources Institute (WRI) mencionou outro fator essencial: a tecnologia. Quando se fala em sustentabilidade, entra-se no campo do desenvolvimento e no planejamento das cidades, com o objetivo de fomentar a discussão de modais que não agridam o meio ambiente. Quanto mais tecnologias forma usadas, mais rápida será a desaceleração das emissões. A descarbonização pode ocorrer com diferentes matrizes energéticas. Ou seja, não se deve privilegiar uma em detrimento da outra. O diesel ainda vai existir por um bom tempo, mas já se considera o biodiesel vegetal (HVO), que, por enquanto, é caro e tem pequena disponibilidade. A Volkswagen foi a primeira montadora a criar um caminhão elétrico destinado ao mercado brasileiro, porém inexiste incentivo do governo para a compra.

A democratização no uso dos transportes deve envolver todos os modais, como carros, ônibus, motos e bicicletas. Não é preciso começar com o ‘ótimo’, o importante é continuar avançando. O ônibus elétrico não é a única solução, embora seja uma das mais importantes. A Eletra detém 86% do mercado de ônibus elétricos no País. Os custos deles representam um sexto dos movidos a diesel. Além disso, são mais confortáveis, silenciosos e possuem aceleração controlada. A discussão de favorecer apenas uma fonte de energia é inócua. Se todos quiserem etanol ou biodiesel, não haverá para todo mundo. A infraestrutura nas cidades deve receber investimentos de curto, médio e longo prazos para favorecer a transição gradativa da eletromobilidade. A Eletra afirmou que de 80% a 100% das recargas dos veículos elétricos são feitas à noite, durante a baixa do consumo e caberá às empresas distribuidoras a tarefa de levar a energia até o local necessário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.