07/Jun/2024
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, defendeu a adoção de um imposto extraordinário sobre os lucros das empresas de combustíveis fósseis para ajudar a bancar os esforços de combate ao aquecimento global. Em um discurso programado para o Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06), o chefe da ONU recorreu a novos dados e projeções para tecer um argumento contra as grandes petroleiras. Ele apelou às empresas de mídia e tecnologia para pararem de aceitar publicidade dos maiores players da indústria de combustíveis fósseis, como foi feito em alguns lugares com o setor de cigarros. Também repetiu preocupações sobre subsídios pagos em muitos países para combustíveis fósseis, que ajudam a manter os preços baixos para os consumidores.
A mudança climática é a mãe de todos os impostos ocultos pagos por pessoas comuns e países e comunidades vulneráveis. Enquanto isso, os ‘padrinhos do caos climático’, a indústria de combustíveis fósseis, obtêm lucros recordes e se aproveitam de trilhões em subsídios financiados pelos contribuintes. As emissões globais de dióxido de carbono devem cair 9% ao ano até 2030 para que a meta de 1,5°C sob os acordos climáticos de Paris seja mantida viva. Ele exortou ao G20, que vai realizar uma cúpula no Brasil no próximo mês e é responsável por cerca de 80% de todas as emissões de dióxido de carbono, que lidere os esforços pelo clima.
O 1% mais rico da Terra emite tanto quanto dois terços de toda a humanidade. "Não podemos aceitar um futuro em que os ricos são protegidos em bolhas climatizadas, enquanto o resto da humanidade é açoitado pelo clima letal em terras inabitáveis," disse Guterres. Ele apelou ao financiamento global, aludindo a bancos e instituições financeiras internacionais, para ajudar a contribuir, dizendo que fontes inovadoras de fundos são necessárias. É hora de colocar um preço efetivo no carbono e taxar os lucros extraordinários das empresas de combustíveis fósseis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.