22/May/2024

Os futuros de açúcar demerara fecharam em baixa nesta terça-feira (21/05) na Bolsa de Nova York. O vencimento julho recuou 12 pontos (0,64%), e fechou a 18,56 centavos de dólar por libra-peso. O petróleo em desvalorização nos mercados internacionais pode ter pressionado os preços, uma vez que piora a competitividade relativa do etanol. Além disso, o açúcar brasileiro segue abundante no mercado internacional. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a média diária de embarques de açúcares e melaços nas três primeiras semanas de maio pelo Brasil foi de 134.204 toneladas e está 22,6% acima do volume médio exportado em todo o mês de maio de 2023.

Vale ponderar, no entanto, que a média das duas primeiras semanas de maio foi de 153.357 toneladas, com os novos dados podendo ser interpretados como um indicativo de redução do ritmo de embarques. A trading Czarnikow estimou que a produção mundial de açúcar na temporada 2024/2025 será de 187,4 milhões de toneladas, a segunda maior da história, atrás apenas das 188,5 milhões de toneladas de 2017/2018. O volume também é superior às 182,4 milhões de toneladas previstas para a temporada 2023/2024.

O superávit do açúcar será de 5,4 milhões de toneladas, com consumo global de 182 milhões de toneladas em 2024/2025. Levantamento da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) mostrou que os agentes aumentaram suas apostas na queda das cotações do demerara na Bolsa de Nova York na semana até 14 de maio, elevando a posição líquida vendida de 47.685 lotes para 72.541 lotes. A Paragon Global Markets questiona se os fundos foram atraídos para uma armadilha ou continuarão a derrubar o mercado.

Os fundos podem ter elevado a posição líquida vendida para aproximadamente 80 mil lotes no fim da semana passada, um nível que não era alcançado desde maio de 2020 e que, naquela ocasião, veio acompanhado pelo preço mais baixo do açúcar desde maio de 2007, antes de iniciar uma alta que chegou a levar os futuros a 28,14 centavos de dólar por libra-peso. A Archer Consulting sugere que as posições vendidas podem ter chegado a 90 mil lotes na sexta-feira (17/05), o que tenderá a expor os fundos a um nível de vulnerabilidade caso a produção brasileira de cana-de-açúcar não seja tão positiva quanto alguns estão esperando.