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21/May/2024

Petrobras perde R$ 68 bilhões em valor de mercado

Na semana passada, as ações da Petrobras enfrentaram um período conturbado na Bolsa de Valores brasileira. Além do balanço do primeiro trimestre de 2024 da empresa, investidores digeriram a demissão de Jean Paul Prates do comando da estatal, enquanto novos temores sobre uma possível interferência política na petroleira ganharam força. Na sexta-feira (17/05), os papéis da companhia registraram a terceira queda seguida desde a saída de Prates, no dia 14 de maio. No fim do pregão, as ações ordinárias da estatal (PETR3) estavam cotadas a R$ 38,57, em desvalorização de 1,83%. As preferenciais (PETR4) terminaram a sessão em baixa de 1,66%, negociadas a R$ 36,69. No acumulado da semana passada, os ativos PETR3 e PETR4 tiveram perdas de 12,60% e 11,76%, respectivamente. Em termos de valor de mercado, a Petrobras perdeu R$ 34 bilhões somente na quarta-feira (15/05), quando as ações cederam mais de 6% no primeiro pregão após o anúncio da demissão de Prates. O processo de desvalorização da empresa se estendeu nas sessões seguintes.

Considerando o acumulado entre os dias 13 e 17 de março, a perda foi de R$ 68,1 bilhões. A Petrobras divulgou, no dia 13 de maio, seu balanço do primeiro trimestre de 2024. No intervalo, a empresa reportou lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, 37,9% a menos do que há um ano e 23,7% menor do que o registrado no trimestre imediatamente anterior. Apesar das cifras bilionárias, o resultado foi considerado fraco e sob pressão por analistas do mercado financeiro, que ainda enxergam, no entanto, potenciais oportunidades na empresa para quem busca dividendos. A mudança na gestão preocupou o mercado, que passou a temer uma ingerência política na petroleira. Um dos motivos que derrubou Prates do posto de CEO da Petrobras foi a intenção do Executivo de buscar por um perfil de comando menos “pró-mercado”. A indicada para assumir a posição é Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) durante o governo de Dilma Rousseff. Se for aprovada, a executiva será a sétima pessoa a assumir o cargo mais alto da estatal nos últimos cinco anos.

Antes da eleição da nova CEO, Clarice Coppetti, atual diretora executiva de Assuntos Corporativos da Petrobras, segue como presidente interina da companhia. Ao longo de sua carreira, Clarice já foi vice-presidente de Tecnologia da Informação da Caixa Econômica Federal, onde trabalhou de 2003 a 2011. A Petrobras esclareceu que a eleição de Chambriard será competência do conselho de administração da estatal. Com isso, não há necessidade de assembleia. A empresa ainda explicou que a indicação da executiva à presidência e como membro do colegiado passará pela análise das áreas de integridade e de recursos humanos da companhia. Em seguida, a sucessora de Prates será submetida à avaliação do Comitê de Pessoas (Cope), em processo que levará até 15 dias. Apesar das turbulências enfrentadas na última semana, quatro casas de análise mantiveram recomendação de compra para as ações da Petrobras: Ágora, Bradesco BBI, BTG Pactual e Goldman Sachs. As duas primeiras consideram que a queda das ações é natural em um primeiro momento, mas pode gerar uma oportunidade para o investidor, visto que o papel tende a se recuperar no médio e longo prazos.

Na visão do BTG Pactual, que recomenda compra para as ações da Petrobras listadas na Bolsa de Nova York, conhecidas como American Depositary Receipts (ADRs), ainda há poucas evidências de que a empresa deixará de pagar dois dígitos de dividendos em 2024 e 2025. A equipe do Goldman Sachs, por sua vez, justifica a recomendação de compra com base nas demissões passadas da Petrobras, ocorridas durante o governo anterior. Para o banco, a troca no comando da empresa não consegue mudar diretamente a governança corporativa. O BB Investimentos tem uma visão contrária e decidiu rebaixar a recomendação das ações preferenciais da Petrobras de compra para neutra, mantendo o preço-alvo de R$ 47,00 por ativo. O entendimento é que a sucessão na companhia acontece por uma intenção do governo de buscar um nome “menos pró-mercado”, o que pode significar mudança de rumo em uma empresa que vinha com boa execução e excelentes perspectivas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.