07/May/2024
Os futuros de açúcar demerara fecharam em alta nesta segunda-feira (06/05) na Bolsa de Nova York. O vencimento julho avançou 20 pontos (1,04%) e fechou a 19,48 centavos de dólar por libra-peso. Os preços podem ter sido impulsionados pelos ganhos do petróleo nos mercados internacionais, o que melhora a competitividade relativa do etanol. O mercado pode ter sido influenciado ainda por expectativas com a safra global. Os primeiros dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) para a safra do Centro-Sul mostraram que a moagem de cana-de-açúcar e a produção de açúcar na primeira quinzena de abril superaram os números de igual período da safra passada.
A menos que a Unica divulgue números fracos sobre o progresso da safra brasileira nas próximas semanas, há pouco espaço para uma alta dos preços globais de açúcar. Por outro lado, a demanda mundial por açúcar continua não atendida, após vários anos de déficits consecutivos. Assim, espera-se que vários países de destino retornem ao mercado caso os preços continuem caindo, o que ofereceria algum suporte na Bolsa de Nova York. Adversidades climáticas que atrapalhassem a moagem também poderiam impulsionar as cotações. Segundo a Archer Consulting, uma safra de 590 milhões de toneladas no Centro-Sul do Brasil, por exemplo, teria impacto altista nos preços. Na Tailândia, a falta de chuvas é motivo de preocupação.
Alguns produtores no país estão desistindo da cana-de-açúcar e plantando mandioca em função de desafios impostos pelo clima. Em algumas áreas, as chuvas sazonais estão um mês atrasadas, e o calor tem sido implacável. Há certamente estresse e atraso no crescimento da cana-de-açúcar nessas áreas, e isso poderá levar a colheitas menores, dependendo de quanto tempo mais as chuvas vão atrasar. Na Índia, a produção de açúcar ficou acima das expectativas iniciais, mas os preços atuais devem fazer com que a proibição às exportações seja mantida, mesmo após as eleições de maio. Com os preços abaixo de 20,00 centavos de dólar por libra-peso, nem Índia nem Tailândia estariam dispostas a vender no mercado internacional.