26/Apr/2024
De acordo com levantamento realizado pelo grupo Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind MT) e pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o estado de Mato Grosso produziu 5,72 bilhões de litros de etanol (de cana-de-açúcar e de milho) na safra 2023/2024, alta de 32% ante os 4,34 bilhões de litros da temporada anterior. O resultado representa o maior crescimento percentual anual no Estado e torna Mato Grosso o segundo maior produtor de etanol do País, atrás apenas de São Paulo. Do volume total de etanol, 4,54 bilhões de litros foram produzidos a partir do milho e 1,18 bilhão de litros da cana-de-açúcar.
Do volume, 3,73 bilhões de litros foram de etanol hidratado e 1,99 bilhão de litros de anidro. Mato Grosso conta, hoje, com 18 usinas, sendo 9 de milho, 4 flex (produzem etanol a partir de milho e cana-de-açúcar) e cinco de cana-de-açúcar. E mais 4 usinas estão previstas para serem abertas em 2025. O crescimento da produção está relacionado ao milho, com muitas empresas fazendo investimentos para aproveitar essa matéria-prima, especialmente o grão da 2ª safra. É uma cadeia praticamente fechada, que envolve a produção de milho, a criação do rebanho bovino e a fabricação de etanol. Mato Grosso é responsável 72,03% da produção de etanol de milho do País.
O índice de rendimento industrial na produção de etanol na safra 2023/2024 foi de 449,27 litros/tonelada de milho. As usinas de etanol de milho mudaram a relação da oferta e demanda estadual do cereal, desempenhando um papel importante na sustentação do consumo desse produto e dando suporte para o crescimento da produção mato-grossense de milho. Com o aumento na produção de etanol de milho, a fabricação de DDG, o grão seco de destilaria, também cresceu. Foram produzidos 2,12 milhões de toneladas do coproduto do etanol de milho na temporada 2023/2024, contra 1,6 milhão de toneladas no ano-safra anterior. Em Mato Grosso ficou 35,5% da produção, para consumo interno, seguido por Minas Gerais (31,4%), São Paulo (14,7%), Paraná (12,6%), Goiás (11,6%) e Mato Grosso do Sul (10%).
Há um mercado muito grande e em evolução para o DDG, pois o Estado conta com o maior rebanho bovino do Brasil. Na temporada 2023/2024, Mato Grosso colheu 17,65 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, mesmo volume de 2019/2020, e alta de 10,6% ante 2022/2023. Da cana-de-açúcar, 12,08 milhões de toneladas foram destinados à produção de etanol e 5,57 milhões de toneladas para a fabricação de açúcar. A produção do açúcar foi recorde, de 537,7 mil toneladas, 7% mais do que na safra anterior. Algumas usinas ampliaram a produção de açúcar e aumentaram a exportação diante da alta do preço e da baixa disponibilidade de açúcar no mercado global.
Os preços mais remuneradores do açúcar e o incremento da produção de etanol a partir do milho tendem a aumentar a participação do açúcar no mix das usinas de etanol de cana-de-açúcar de Mato Grosso na temporada 2024/2025. Algumas empresas estão investindo no aumento da produção de açúcar e têm projetos de implementar o etanol de milho, focando na produção de açúcar a partir do etanol de cana-de-açúcar. Para a safra 2024/2025, a estimativa do Imea é de produção de 6,3 bilhões de litros de etanol em Mato Grosso, alta de 10,03%. Serão 5,207 bilhões de litros de etanol de milho e 1,088 bilhão de etanol de cana-de-açúcar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.