12/Apr/2024
Os futuros de açúcar demerara fecharam em baixa nesta quinta-feira (11/04) na Bolsa de Nova York, pelo quinto pregão consecutivo. O vencimento julho caiu 56 pontos (2,66%), e fechou a 20,53 centavos de dólar por libra-peso. O recuo do petróleo nos mercados internacionais pode ter reforçado as perdas, uma vez que piora a competitividade relativa do etanol. A perspectiva de alívio na oferta global do açúcar também pode ter influenciado nos preços. A trading Wilmar apresentou uma das previsões mais otimistas para a safra 2024/2025 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, entre 620 milhões e 630 milhões de toneladas, com uma produção de açúcar entre 42,5 milhões e 44,5 milhões de toneladas. Chuvas em março e abril favoreceram a lavoura e podem levar a uma colheita melhor do que se previa.
O mercado também aguarda a divulgação, pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), do relatório quinzenal sobre a safra do Centro-Sul, que vai ocorrer nesta sexta-feira (12/04). Mais do que os dados finais da temporada 2023/2024, o mercado está interessado em eventuais projeções para o ano-safra 2024/2025. As informações mais buscadas são o número de usinas em operação ante igual período do ano passado, o que é considerado relevante por indicar se há atraso na moagem em um momento de pouca disponibilidade de açúcar no mercado global. No entanto, as chuvas das últimas semanas no Centro-Sul do Brasil, embora insuficientes para a recuperação total da produtividade, indicam uma maior disponibilidade de matéria-prima, o que ajuda a pressionar os preços. O volume registrado é benéfico para o crescimento da cana do meio e fim de safra.
Consequentemente, a Hedge Point afirmou que mantém uma estimativa conservadora de mais de 605 milhões de toneladas de disponibilidade de matéria-prima. Embora as recentes chuvas do final de março e abril sejam insuficientes para recuperar totalmente os danos causados pela seca entre dezembro e fevereiro, elas oferecem otimismo e apontam para uma perspectiva mais baixista de preços. O clima na Índia também pode levar ao aumento da perspectiva de oferta global. A agência privada de previsão meteorológica Skymet previu monções normais este ano para a Índia, com mais chuvas na segunda metade da temporada. Este fator pode contribuir para o aumento da produção de açúcar do país, atualmente afastado da oferta global devido a uma proibição para exportação imposta pelo governo local.