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12/Apr/2024

Gasolina: expectativa de reajuste neste trimestre

A defasagem entre os preços domésticos e internacionais da gasolina aponta para um reajuste do combustível até junho deste ano. As dúvidas sobre a permanência de Jean Paul Prates no comando da Petrobras devem adiar essa elevação, mas o mercado a vê como provável neste trimestre. Os analistas estimam aumento de até 10%, com impacto de até 0,23% no IPCA, suficiente para contrabalançar o alívio das contas de luz, após a medida provisória editada pelo governo. Segundo as estimativas da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que representa os importadores de combustíveis, os preços da gasolina praticados no Brasil estavam ontem 19% abaixo da paridade internacional. O diesel, 12% menor. A diferença, que se deve, em parte, à depreciação do Real, já é grande o suficiente para exigir ação da Petrobras, embora a correção completa da defasagem seja improvável.

A LCA Consultores afirma que em algum momento deste trimestre, o reajuste vem. É difícil que venha de uma vez um reajuste na proporção da defasagem, então está sendo considerado um aumento de 10% da gasolina na refinaria, que significa mais ou menos 4,5% na bomba, a partir da segunda quinzena de maio. Somado a um aumento de 6% nos preços do diesel, que representaria alta de 3,6% nas bombas, esse reajuste da gasolina adicionaria 0,23% ao IPCA. Mas, graças ao timing, o impacto desse movimento na inflação seria pequeno. Deve haver redução de 3,1% nas contas de luz em junho, retirando 0,13%. A Warren Investimentos tem no cenário um reajuste de 4% dos preços da gasolina nas refinarias, que resultaria em aumento de 1,43% dos preços nas bombas. Como resultado, haveria um impacto para cima de 0,07% no IPCA do ano, entre maio e junho, totalmente eclipsado pelo efeito negativo de 0,15% vindo da redução dos preços da conta de luz.

A defasagem está em 18% na média dos últimos 30 dias, um nível elevado para os padrões da Petrobras. Um aumento de 4% parece "politicamente viável" e mais provável do que um reajuste maior. Talvez a Petrobras espere, por causa da questão do Jean Paul Prates e dos dividendos. O Barclays afirma que a defasagem de quase 20% entre os preços domésticos e internacionais da gasolina sugere, se mantida, a possibilidade de reajuste do combustível, embora o ruído em torno do futuro de Prates na Petrobras possa atrasar uma decisão. Um hipotético aumento de 10% nos preços da gasolina ao produtor pode representar uma pressão de 0,15% a 0,20% na projeção para o IPCA do ano. Mas, a redução média de até 3,5% na conta de luz pode aliviar o índice em até 0,15%, efetivamente compensando a maior parte dos impactos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.