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10/Apr/2024

Combustíveis: preço da gasolina defasado no Brasil

A defasagem do preço da gasolina vendida no Brasil em relação ao mercado internacional recuou um pouco nos últimos dias, mas permanece alta, registrando 16% na média dos principais polos de importação do País, contra os 19% da véspera. O preço vem sendo afetado também pela desvalorização do Real frente ao dólar, e pode se tornar uma nova ‘dor de cabeça’ para a Petrobras. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a estatal está há 172 dias sem reajustar a gasolina e por 64 dias a janela de importação esteve totalmente fechada. No caso do diesel, apesar de uma defasagem menor, de 11% na média, são 105 dias sem aumento e sem importações. O movimento acompanha a alta do petróleo tipo Brent, que entre leves altas e baixas tem se situado em torno dos US$ 90,00 por barril.

A Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, tem realizado reajustes semanais e registra a metade da defasagem da Petrobras: 8% tanto para gasolina como para o diesel. A Petrobras adotou em maio do ano passado uma nova estratégia para os reajustes dos combustíveis, abandonando a política de paridade de importação (PPI) implantada em 2016. Segundo a companhia, eventuais reajustes obedecem a critérios técnicos e são de responsabilidade da diretoria. Eventualmente, o Conselho de Administração da empresa pode solicitar explicações sobre a evolução dos preços, o que deve ocorrer na próxima reunião. Todo mês é realizada uma apresentação sobre a situação dos preços dos combustíveis aos conselheiros, o que é considerado rotina na companhia. Embates políticos nos últimos dias, que indicavam uma possível demissão do presidente da companhia, Jean Paul Prates, no entanto, devem ajudar a segurar uma eventual alta da gasolina nas refinarias da estatal.

Um aumento no preço dos combustíveis, neste momento, abriria margem para mais ataques contra Prates. Para a Ativa Investimentos, o que preocupa, no momento, é que o maior embate entre a companhia e o governo pode tirar poder de manobra para a companhia seguir executando a sua atual política de preços como fez ao longo de 2023. Observa-se por exemplo, a defasagem na gasolina ultrapassando com facilidade os dois dígitos percentuais frente aos preços no Golfo e os embates políticos podem diminuir o capital político necessário para a empresa seguir conduzindo a sua política de preços como vêm fazendo desde a sua criação no ano passado. A próxima reunião do Conselho será no dia da Assembleia Geral Ordinária da companhia, em 25 de abril, mas nada impede que o órgão solicite uma apresentação extraordinária sobre os preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.