14/Mar/2024

Os futuros de açúcar demerara fecharam em direções distintas nesta quarta-feira (13/03) na Bolsa de Nova York. O vencimento maio subiu 4 pontos (0,18%), e fechou a 21,93 centavos de dólar por libra-peso. Oscilando no pregão, os preços foram impulsionados pelos ganhos do petróleo no mercado internacional, que melhoram a competitividade relativa do etanol. O clima em regiões produtoras do Brasil também pode ter dado suporte. Para esta semana, as perspectivas não são tão positivas para as lavouras do País, o que pode afetar a produtividade da cana-de-açúcar. A Climatempo afirma que a intensificação de um sistema de alta pressão atmosférica sobre o Centro-Sul do Brasil, caracterizando uma condição de bloqueio atmosférico, vai inibir a formação de nuvens de chuva sobre grande parte das áreas produtoras da Região Sul, além de São Paulo, Rio de Janeiro, sul e Triângulo Mineiro (MG) e Mato Grosso do Sul.

Nessas áreas, a intensificação do tempo seco e as altas temperaturas devem provocar rápido declínio da umidade no solo, o que tende a provocar estresse térmico e hídrico para as lavouras de cana, com potencial para reduzir a produtividade. Contudo, os ganhos podem ter sido limitados pela perspectiva de retomada antecipada da produção de açúcar por um número relevante de usinas do Centro-Sul do Brasil. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) relatou a expectativa de que o início do processamento da matéria-prima para a safra 2024/2025 já esteja ocorrendo em 28 unidades da região ao longo da primeira quinzena de março, nível superior ao da safra passada. O Centro-Sul do Brasil processou 552 mil toneladas de cana na segunda quinzena de fevereiro, alta anual de 668,49%.

No mesmo período, 16 mil toneladas de açúcar foram produzidas, sem dados de comparação com igual período do ano anterior, em que não houve produção. No acumulado, a moagem tem crescimento de 19,13% em 2023/2024 ante a temporada anterior, para 647,148 milhões de toneladas, enquanto a produção de açúcar alcançou 42,282 milhões de toneladas, avanço de 25,66% ante 2022/2023. Entre outras notícias, a Associação Indiana de Fabricantes de Açúcar e Bioenergia (Isma) aumentou em 2,9% sua previsão para a produção de cana-de-açúcar da Índia em 2023/2024 (que começou em 1º de outubro), para 34 milhões de toneladas. Em janeiro, a estimativa era de 33,05 milhões de toneladas. Uma maior produção de cana-de-açúcar provavelmente significa uma maior produção de açúcar refinado, dependendo de quanto dessa cana-de-açúcar é convertida em etanol.