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05/Mar/2024

Etanol: preço avançou em fevereiro com entressafra

O mês de fevereiro, o penúltimo da temporada 2023/2024, fechou com preços dos etanóis em alta no mercado spot de São Paulo. Para o hidratado, a média mensal do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,1402 por litro (considerando-se as semanas cheias do mês), aumento de 8,86% em relação à média de janeiro. Para o anidro, a elevação foi ainda maior em igual comparativo, de 10,6%, com a média passando para R$ 2,4018 por litro. Apesar da reação em fevereiro, no acumulado da parcial da atual safra 2023/2024 (de abril/2023 a fevereiro/2024), o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado tem média de R$ 2,2615 por litro, forte queda de 17,4% frente à do mesmo período da temporada anterior.

No caso do anidro, considerando-se os contratos de ano-safra, o recuo também fica na casa dos 17%, em termos reais (valores deflacionais pelo IGP-M de fevereiro/2024). Nem mesmo a retomada da demanda de combustíveis no segundo semestre de 2023 conseguiu garantir que os preços médios dos biocombustíveis nestes últimos meses de safra 2023/2023 recuperassem as quedas do último ano. Por isso, agentes de usinas seguem apostando nas cotações do açúcar no mercado externo, travando o valor de boa parte do volume a ser produzido na temporada 2024/2025 nas bolsas internacionais. Em termos de vendas, mesmo com redução do volume captado de etanol hidratado no estado de São Paulo frente ao mês anterior, a quantidade quase que dobrou em relação à de fevereiro/2023.

As usinas aceleram um pouco as negociações, em meio a um cenário de demanda aquecida pelo biocombustível e de estoques altos para o período atual. Nos últimos sete dias, os preços dos etanóis registram comportamentos distintos em São Paulo. O Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado está cotado a R$ 2,1222 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), recuo de 1,01% no período. O Indicador CEPEA/ESALQ do anidro está cotado a R$ 2,4000 por litro (líquido de PIS/Cofins), elevação de 1,26%. A participação compradora foi mais tímida no encerramento de fevereiro. Agentes de mercado falam em certa “queda de braço”, com preço de venda descasado com o de compra.

Assim, as distribuidoras seguem “esticando a corda ao máximo”, no linguajar comercial, trabalhando com volumes adquiridos há semanas, acordos estabelecidos e com o etanol de milho. Dados da União da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) mostram que a produção de biocombustível a partir do cereal cresceu 43,6% na temporada atual frente à anterior, somando 5,52 bilhões de litros. Agora, a sustentação dos preços dos etanóis em São Paulo vai depender das expectativas de compradores sobre a oferta, que está relacionada aos estoques e aos custos das usinas, que podem se elevar nesta época do mês.

Em São Paulo, nos últimos sete dias, em termos de preços relativos no elo produtor da cadeia sucroenergética, o valor do anidro está 8,3% maior que o do hidratado. No caso do açúcar, o preço está 102,8% superior ao do hidratado e 87,2% maior que o do anidro. No mercado varejista, dados da Agência Nacional do Petróleo e Biocombustível (ANP) mostram que a relação entre os preços do biocombustível e os da gasolina C está em 61% nos últimos sete dias, percentual estável há três semanas. Especificamente, as médias são de R$ 3,42 por litro para o etanol hidratado e de R$ 5,61 por litro para a gasolina C. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.