07/Feb/2024
A Earth Renewable Technologies (ERT) aposta na produção de plásticos biodegradáveis à base de cana-de-açúcar, que viram adubo orgânico ao fim de sua vida útil. O próximo passo do plano de expansão da companhia, que já tem uma unidade em Curitiba (PR), é abrir uma planta em Manaus (AM) ainda neste ano. Atualmente, é preciso importar da Tailândia a matéria-prima (um açúcar transformado em ácido, que dá origem a um ingrediente chamado biopolímero) necessária para o processo produtivo, já que o Brasil ainda não produz esse tipo de tecnologia. O plano da empresa é fortalecer a indústria nacional e ajudar a aumentar a demanda. Com isso, o País, líder global na produção de açúcar, vai originar também o insumo. No mundo, apenas os Estados Unidos e a Tailândia produzem biopolímeros de cana-de-açúcar.
A ERT enxerga uma oportunidade grande para o Brasil também passar a produzir. O interesse da população por plásticos sustentáveis está crescendo muito, o que tem feito as indústrias investirem na evolução de seus processos. Com a fábrica em Curitiba (PR), a ERT já fornece o bioplástico para a indústria de transformação. Esse bioplástico vai dar origem a sacolas, embalagens e produtos descartáveis a serem usados por clientes como iFood e Nestlé. Nos últimos dois anos, desde que a fábrica foi inaugurada e foi dada visibilidade ao bioplástico compostável, a indústria brasileira começou a ter muito mais interesse por esse tipo de produto. Isso desencadeou uma série de iniciativas para abolir o uso de descartáveis. O crescimento da demanda levou à decisão da companhia de erguer a fábrica em Manaus (AM).
Os benefícios tributários da região foram um elemento central na escolha de que a nova unidade fosse no Amazonas. Esses benefícios podem ajudar a deixar o produto mais acessível. Em Curitiba, a empresa produz 3,5 mil toneladas de bioplásticos por ano. Inicialmente, a fábrica de Manaus adicionará 1,5 mil toneladas ao volume total, mas a planta deve chegar a 3,5 mil toneladas até o fim do primeiro ano de operação. O volume de produção também vai depender do comportamento da demanda. A indústria plástica está entre as três ou quatro maiores indústrias da região de Manaus. Com isso, a ERT teria compradores que fazem parte da indústria de transformação, para os quais poderá fornecer. Em 2022, a empresa levantou R$ 50 milhões com clientes da XP Private e sócios da corretora.
No ano passado, a companhia obteve R$ 32 milhões com a Positivo Tecnologia, aportes que ajudaram a impulsionar o plano de expansão da ERT. É possível descartar o plástico de cana-de-açúcar com os resíduos orgânicos que vão para compostagem. A empresa não incentiva o descarte em aterros sanitários, mas, se isso acontecer, o produto some em menos de 100 dias. O plástico feito a partir do petróleo pode levar 200 anos para se decompor por completo. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no mundo, 50% dos resíduos plásticos vão para aterros, 19% são incinerados e 22% escapam dos sistemas de gestão de resíduos e acabam em lixões não controlados. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.