05/Feb/2024

A Volkswagen do Brasil vai adicionar R$ 9 bilhões ao seu plano atual de investimentos, que era de R$ 7 bilhões para o período de 2022 a 2026, e entrar na rota da eletrificação de seus veículos no País. O grupo anunciou que vai produzir dois carros híbridos flex e uma nova picape em segmento onde ainda não atua. Os projetos serão desenvolvidos no País. Assim, o plano de investimentos da montadora passa a ser agora de R$ 16 bilhões e foi estendido até 2028. E inclui ainda 16 lançamentos a partir deste ano, entre quatro modelos inéditos, atualizações de carros atuais e importados (entre os quais, modelos elétricos). O montante inclui também a modernização das quatro fábricas do grupo que vão receber os novos projetos. No mês passado, a General Motors também anunciou investimentos de R$ 7 bilhões para o período de 2024 a 2028.

Em meados deste mês, a Stellantis (dona da Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM) divulgará seus planos para os próximos cinco anos. No fim de 2023, já haviam divulgado novos aportes no País a Renault (R$ 2 bilhões, em 2024 e 2025), a Nissan (R$ 2,8 bilhões, de 2023 a 2025) e a Caoa Chery (R$ 3 bilhões, de 2024 a 2028). A unidade de São José dos Pinhais (PR) ficará com a produção da nova picape; a de São Carlos (SP), com um inédito motor 1.5 híbrido flex; e a de Taubaté (SP), com um novo veículo, provavelmente um compacto. A fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), terá dois novos produtos. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, serão dois híbridos. A Volkswagen desenvolverá uma nova plataforma de veículos, chamada de MQB Hybrid, que comportará modelos híbridos flex nas variadas opções (leve, médio e plug-in, por exemplo). A plataforma poderá ser usada para qualquer tipo de hibridização, mas a produção vai depender da estratégia da companhia e de análises do mercado.

Carros elétricos, porém, não estão nos planos da montadora, pois ainda são muito caros e o País não tem infraestrutura suficiente para abastecimento, justifica Volkswagen. Modelos a bateria atualmente são indicados para quem pode ter pelo menos dois carros: o elétrico, para uso urbano (por causa dos carregadores), e o outro, a combustão ou híbrido, para viagens mais longas. A produção local de um carro só se justifica para volumes de 60 mil a 100 mil unidades por ano. Os carros elétricos, atualmente, representam apenas 0,9% das vendas no mercado brasileiro, e os híbridos, 3,4%. Países da Europa e os Estados Unidos enfrentam, atualmente, queda nas vendas de elétricos por causa da redução de incentivos para a compra, falta de infraestrutura de recarga e desvalorização dos modelos usados. O novo plano de investimentos não terá aporte da matriz alemã, mas a subsidiária brasileira buscará empréstimos locais, inclusive no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.