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30/Jan/2024

Raízen: plano industrial do governo favorece setor

A Raízen elogiou o plano de industrialização do governo federal, que prevê R$ 300 bilhões para financiamentos até 2026. O plano pode ajudar o setor de biocombustíveis a eletrificar processos industriais em usinas, liberando o bagaço hoje consumido com esse fim para servir de matéria-prima à produção de mais etanol com fins de exportação. O Brasil tem importante janela de oportunidade no Combustível de Aviação Sustentável (SAF), insumo que “faz todo o sentido” para o futuro da Raízen. Essa eletrificação de processos industriais é um dos assuntos na mesa das grandes empresas. O Brasil já tem energia solar e eólica a bom preço.

Se o setor pegar essa energia elétrica para operar as usinas, em vez de rodá-las com bagaço pode pegar esse insumo para transformar em produto líquido (etanol de 2ª geração) e exportar. O plano do governo pode ajudar nisso. Uma discussão no grupo B20 no Rio de Janeiro, que está atrelado ao G20, cuja presidência é ocupada pelo Brasil até o fim desse ano, é como promover as alternativas que fazem mais sentido econômico. Muitas vezes, se promove o que não é mais eficiente. Sobre o combustível de aviação renovável, a Raízen observa oportunidades afins e afirmou que o Brasil tem todas as condições de ser um grande protagonista na sua fabricação via etanol.

A cada 1,7 litro de etanol é possível produzir 1 litro de SAF, produto de maior valor agregado. Assim, uma alternativa para a indústria nacional é, em vez de exportar o etanol diretamente, transformá-lo em SAF para só depois vender ao exterior, ampliando receitas. A Raízen defendeu a investida do Brasil no SAF de óleo vegetal ou etanol porque o setor de aviação não vai se eletrificar no curto prazo, além do fato de aeronaves terem vida útil superior à de veículos terrestres. Outro ponto positivo ao negócio é o poder de compra do usuário de aviação, que poderia absorver mais rapidamente os custos da transição. Até por isso, a expectativa é de que os governos mundo afora, também o brasileiro, imponham mandatos para SAF de maneira mais precoce e definitiva, ampliando de forma considerável a demanda pelo produto.

Sobre a eletrificação da matriz de transporte terrestre, a Raízen acredita vai acontecer, mas haverá uma transição lenta para o Brasil, justamente pela forte presença dos biocombustíveis. A diferença ante os países europeus, por exemplo, é que o Brasil tem alternativas à eletrificação. Nesse sentido, o carro híbrido tem “muito mais tração” no mercado brasileiro. Todos os países terão rotas de descarbonização distintas nos próximos anos. Por isso tudo, não há necessidade de incentivos públicos ao carro elétrico e, no Brasil, a eletromobilidade tem sido e deve seguir mais como uma escolha do consumidor do que propriamente uma política de Estado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.