09/Jan/2024
Ao encerrar 2023, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) publicou medidas que ajudam a elucidar a cara que terá a nova Política Industrial do governo Lula 3, que deve ser lançada em evento no início deste ano pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin. Em um mesmo dia, a Pasta enviou ao Congresso projeto prevendo programa de 'depreciação superacelerada' para incentivar a renovação de maquinário e editou a medida provisória do programa de mobilidade que substitui o extinto Rota2030, chamado agora de Mover. O Mover não é um programa isolado. Ele está vinculado ao programa de neoindustrialização que tem duas dimensões, a inovação tecnológica e a sustentabilidade. Ele se encaixa nessas duas perspectivas, e explora todas as rotas tecnológicas de mobilidade.
O programa tem potencial de pôr o Brasil na condição de líder de descarbonização no setor de mobilidade. O Mover não se restringe a fazer uma política para as montadoras. Entre as diretrizes do programa está, por exemplo, a promoção do uso de biocombustíveis, o que entrelaça a nova medida ao PL do Combustível do Futuro, enviado pelo governo ao Congresso em setembro do ano passado. o governo está olhando novas rotas tecnológicas que promovem a descarbonização, e simultaneamente está falando de um programa de economia verde. Na lista de políticas industriais que se conectam, pode-se citar o novo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS), que, além de dar incentivo fiscal para a produção de semicondutores, agora também inclui materiais para a fabricação de energia solar.
A expectativa é de que essas políticas, aliadas à posição estratégica do Brasil em algumas dimensões, como de energia renovável, tornem o País um destino desejado também para recursos alocados pela nova organização geopolítica do mundo, cenário em que grandes potências, como Estados Unidos e China, tentam reconfigurar suas cadeias globais de valor. O Brasil é um país diferenciado em várias dimensões. O País tem um dos maiores mercados internos, com demanda reprimida por causa da desigualdade social. Com a neoindustrialização, a ideia é superar isso gerando emprego e renda de alta qualificação. Além disso, o Brasil tem capacidade em setores estratégicos, como semicondutores, complexo econômico industrial da saúde, a base industrial de defesa, cadeias agroindustriais, o setor automotivo, e a transição energética. O Brasil tem trunfos fundamentais que o mundo deseja ter. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.