ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

08/Jan/2024

Açúcar: produção do Brasil deve crescer em 2024/25

A produção de açúcar pode aumentar na próxima safra (2024/2025) na região Centro-Sul do Brasil e superar, inclusive, o recorde da atual temporada 2023/2024. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), no acumulado da atual safra (abril/2023 até dezembro/2023), o Centro-Sul produziu 41,75 milhões de toneladas de açúcar, e a moagem de cana somou 638,39 milhões de toneladas. Esses números podem aumentar, já que 83 usinas ainda operam no Centro-Sul. Para 2024/2025, a produção de açúcar na região brasileira pode superar as 43 milhões de toneladas e a de cana-de-açúcar pode ficar entre 625 e 640 milhões de toneladas. Mesmo diante de possível queda de 3% na produção da cana-de-açúcar, o maior volume de adoçante na próxima safra deve vir do mix mais açucareiro – estima-se que mais de 50% da cana seja destinada para a fabricação de açúcar. Alguns fatores no campo macroeconômico podem contribuir para uma safra mais açucareira.

O barril de petróleo brent pode seguir operando na casa dos US$ 80,00. Apesar da possibilidade de novos cortes na produção de petróleo por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), países como EUA, Canadá, Guiana, Brasil, Noruega e Cazaquistão devem contribuir para o aumento da produção global, em 1,4 milhão de barris por dia. Além disso, existe o arrefecimento do embargo econômico dos EUA em relação às exportações venezuelanas de petróleo. Já quanto ao dólar, deve variar de R$ 4,90 a R$ 5,25 em 2024. Petróleo mais barato e um Real pelo menos estável podem reduzir os valores da gasolina nos postos, diminuindo, portanto, a competitividade do etanol frente ao combustível fóssil e favorecendo o mix mais açucareiro. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), os valores do demerara podem não se sustentar nos mesmos patamares elevados de 2023, sobretudo quando a nova safra brasileira começar, em abril/2024.

Até lá, as cotações externas ainda podem ter impulso, vindo especialmente do contexto na Índia – o país, preocupado com o abastecimento interno de açúcar e, também, atento às eleições nacionais em maio/2024, não deve priorizar as exportações do produto, visando deixar os preços domésticos mais baratos. Além disso, a Índia, segunda maior produtora mundial de açúcar, tem tido dificuldades na produção de cana-de-açúcar, devido às chuvas abaixo da média. A produção indiana de açúcar deve ficar entre 31 milhões de toneladas e 33 milhões de toneladas na safra 2023/2024. Já a Tailândia, segunda maior exportadora de açúcar, também está vendo a produção da commodity cair, impactando a participação do país no mercado global. Diante disso, a Organização Internacional do Açúcar (OIA) espera déficit na oferta global de açúcar, de 330 mil toneladas, com a produção somando 179,88 milhões de toneladas e o consumo, 180,22 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.