22/Dec/2023

A perspectiva de uma safra de açúcar 2023/2024 cheia no Brasil deixa o mercado alerta em relação à capacidade de escoamento dessa grande produção. O Centro-Sul brasileiro, maior região produtora, espera moagem recorde de 640 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na temporada, o que sinaliza para um volume de açúcar de 41,8 milhões de toneladas e de teor de Açúcar Total Recuperável, que mede a qualidade da cana, 15,9% superior ante 2022/2023.

Há duas situações diferentes neste ano: estoques tanto de açúcar quanto de etanol capazes de pressionar as cotações do adoçante no início de 2024, quando a tendência é de alta (devido à entressafra brasileira), e o fato de o Brasil passar a ser nesta safra o maior supridor do produto para o mundo entre dezembro/2023 e março/2024, quando a demanda costuma se voltar para Índia e Tailândia, países que neste ciclo encontram problemas para garantir oferta. Há, também, a menor estrutura para embarques.

Dos 4 terminais que fazem este serviço no porto de Santos, o Terminal de Exportação de Açúcar do Guarujá (Teag) não está mais embarcando açúcar (anualmente, o terminal opera 6 meses com soja e 6 meses com açúcar). Ainda assim, não se trabalha com a possibilidade de o Brasil deixar de exportar o volume necessário. Havendo demanda, a logística acaba se adaptando e fazendo com que o esforço seja desenvolvido. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) acredita que os embarques a partir do Brasil irão ocorrer, mas com algum esforço.

Em outubro e novembro, chuvas em excesso prejudicaram a exportação de açúcar, o que pode se repetir em janeiro e fevereiro, visto que o verão no Sudeste é, em geral, chuvoso. Não deve haver muita competição com a soja, que tem volumes maiores em abril, maio e junho. A estimativa é de que o Brasil exporte 8 milhões de toneladas de açúcar no primeiro trimestre de 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.