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05/Dec/2023

Petrobras: receita do petróleo na transição energética

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que as receitas petrolíferas sejam aplicadas em esforços de transição energética numa crescente. Ele ressaltou que o mundo precisa compreender que não pode simplesmente parar de usar petróleo de um dia para o outro. É importante também que as receitas petrolíferas dos Estados e empresas sejam usadas gradualmente cada vez mais para a transição energética. Esse debate sobre o papel das petroleiras na transição, previsto para o dia 6 de dezembro, será a principal contribuição da Petrobras e suas pares globais, estatais e privadas, na COP28. Prates afirmou que a Petrobras seguirá na estratégia de compra de créditos de carbono no mercado voluntário, assim como nos esforços para dar legitimidade a esses títulos verdes gerados no Brasil. No segundo semestre de 2023, a estatal já fez a primeira compra e continuará fazendo.

A empresa também está estruturando parcerias para investir diretamente em projetos de solução baseadas na natureza, apoiando o desenvolvimento de metodologias de consulta e mensuração de emissões para que o Brasil possa ter créditos de alta integridade e credibilidade. No início de setembro, a empresa anunciou a compra de créditos equivalentes a 175 mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE) gerados pelo Projeto Envira Amazônia, sediado no município de Feijó, no Acre. O montante dispensado pela estatal não foi revelado por se tratar de informação sensível à estratégia da empresa. A operação corresponde à preservação de uma área de 570 hectares da Floresta Amazônica, além de ações em prol de comunidades da região. O presidente da Petrobras também disse que a intenção é ter projetos para atuar estruturalmente nos arcos do desmatamento dos biomas e na recuperação de biomas prioritários. O desmatamento é hoje a principal origem de mais da metade das emissões de carbono do País.

Nesse sentido, ele prometeu apoiar projetos para destravar a geração de créditos de carbono em outros biomas, para além do amazônico, tais quais manguezais e Caatinga. Prates anunciou a odeia de criar uma Petrobras no Oriente Médio, mas isso foge da lógica do Brasil de produzir e gerar empregos internamente. A proposta sequer consta do plano estratégico da estatal. O anúncio de investir em uma planta na região foi feito sem consultar nenhuma instância dentro do governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não foi informado sobre o projeto. A declaração de Prates gerou desconforto no governo. Auxiliares de Lula afirmaram que a postura do chefe da Petrobras foi vista como desrespeitosa, por não consultar o presidente sobre o projeto. Antes desse episódio, a primeira versão do plano estratégico da empresa já tinha causado desgaste internamente por não incluir eixos considerados estratégicos pelo governo brasileiro, como a questão dos biocombustíveis. Após reuniões de alinhamento, o projeto foi corrigido.

A criação de uma subsidiária da estatal no Oriente Médio pegou o presidente Lula surpresa. Na sexta-feira (1º/12), em entrevista à “Bloomberg Línea”, o presidente da Petrobras afirmou que iniciaria um estudo para viabilizar a abertura de uma subsidiária na região, que chamou de “Petrobras Arábia”. Na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), Lula defendeu que países reduzam sua dependência dos combustíveis fósseis e argumentou que é preciso desenvolver alternativas renováveis para compor a matriz energética internacional. “Se a Petrobras tem algum investimento para fazer aqui, eu não sei no que. A Petrobras não vai deixar de prospectar petróleo. É importante lembrar isso. Porque o combustível fóssil ainda vai funcionar durante muito tempo na economia mundial. Enquanto ele funcionar, nós vamos conseguir pegar petróleo, nós vamos melhorar a qualidade da gasolina”, afirmou o presidente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.