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22/Nov/2023

Petrobras sofre pressão por queda nos combustíveis

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, está sendo cobrado pelo governo Lula a baixar o preço dos combustíveis. Na queda de braço entre Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o Palácio do Planalto está ao lado de Silveira: também entende que a estatal já poderia ter reduzido preços, diante da queda da cotação do petróleo no mercado internacional. Já faz tempo que o entorno de Lula está insatisfeito com Jean Paul Prates. No Planalto, a visão é que o ex-senador ainda não deu função pública à Petrobras, como prometeu a campanha de Lula em 2022. Segundo avaliação do BTG Pactual, a possibilidade de que o atual presidente da Petrobras possa ser substituído é negativa para a empresa. Prates é atualmente visto pelos acionistas minoritários como uma das melhores opções disponíveis para esta posição. O ministro de Minas e Energia e o ministro-chefe da Casa Civil estão pressionando pela substituição de Prates.

Embora pressões semelhantes sobre Prates tenham ocorrido ao longo deste ano, o mercado deve receber negativamente esta notícia. A insatisfação dos dois ministros parece estar relacionada com a política de preços da petrolífera, uma vez que a recente queda nos preços do petróleo poderia abrir a possibilidade de um ajuste para baixo, e com a falta de clareza sobre os investimentos que a Petrobras pretende anunciar no seu novo Plano Estratégico para as energias renováveis e outros segmentos não essenciais, como fertilizantes, petroquímicos, etc. Os analistas ressaltam, porém, que ainda há um alto grau de especulação nas notícias veiculadas, e que o governo não fez nenhuma proposta oficial para mudar o CEO da estatal. A Petrobras tem seguido a sua nova política de preços (alterada em maio) e tem evitado passar a volatilidade dos preços para os consumidores, tanto nas tendências de subida como de descida. Portanto, se os preços continuarem baixos, a previsão é de algum reajuste no curto prazo.

Mesmo que haja uma mudança de CEO, não a política de preços da Petrobras não poderá ser facilmente alterada para algo que potencialmente force a empresa a praticar preços abaixo do PPI por um período prolongado. Isso provavelmente exigiria mudanças na lei das estatais, que determina que qualquer subsídio dado por uma empresa estatal deve ser compensado pelo governo. Em relação ao plano estratégico da empresa, os mecanismos de governança corporativa impedirão a empresa de investir em negócios sem um nível adequado de retorno, embora esperem que a Petrobras aumente o capex em segmentos para além de exploração e produção de petróleo e gás natural. A empresa deve apresentar seu novo plano de negócios nos próximos dias e há pouco espaço para surpresas positivas. No entanto, o BTG continua a recomendar compra para as ações da Petrobras com base na convicção de que a empresa continuará a distribuir mais dividendos do que o mercado espera, mesmo assumindo apenas pagamentos normais, justificando-a como uma história de carryover convincente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.