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17/Oct/2023

Etanol: programa Vertix da Nussed atrai empresas

O programa Vertix, de melhoramento genético de cana-de-açúcar para a produção de energia, foi contratado por 12 usinas de grande porte no último ano, após ser adquirido pela Nuseed, braço de inovação da australiana Nufarm. O programa foi criado pela empresa brasileira de biotecnologia industrial GranBio há 12 anos e quando foi adquirido pela Nuseed, em setembro do ano passado, tinha 24 contratos. Hoje, são 36 usinas parceiras, entre elas Raízen, Tereos, Cerradão, Cocal, Lins, Cofco e BP Bunge. Há 20 anos no Brasil trabalhando com sementes de sorgo, milheto, canola, girassol, além de algumas pastagens e coberturas vegetais, a Nuseed escolheu o país para iniciar no setor de cana-de-açúcar, produzindo colmos das cultivares Vertix. O objetivo é fortalecer a plataforma de bioenergias da Nuseed, que já inclui sorgo sacarino para a produção de etanol e carinata para querosene de aviação.

Além do Brasil, a empresa já busca mercados para implementar o programa na Austrália, Estados Unidos e Argentina. Apesar de obter um faturamento ainda pequeno com o programa, o volume de novos contratos e a crescente popularidade da empresa no ramo demonstram o sucesso do empreendimento. A empresa está se tornando mais conhecida, construindo uma reputação, e isso está atraindo mais curiosidade do setor e mais usinas têm mostrado interesse em experimentar a variedade Vertix. Ao adquirir os ativos da GranBio no ano passado, a empresa se comprometeu a desenvolver novas cultivares e atingir, em 10 anos, a marca de 400 mil hectares plantados com Vertix no Brasil. Hoje, a cultivar está presente em 10 mil hectares de canaviais jovens (terceiro corte) no País. Já com uma nova cultivar lançada neste ano, a Vertix 12, a Nuseed pretende lançar em 2024 as cultivares Vertix 14 e 15. O diferencial para as usinas é uma variedade de cana-de-açúcar mais rústica, que consegue produzir em ambientes restritivos, com solos de menor fertilidade e onde o regime de chuvas é pior.

A Vertix também produz um excedente de biomassa que pode ser transformado em energia elétrica (bioenergia) e vendido, oferecendo renda extra e melhor classificação das usinas em compromissos de governança ambiental, social e corporativa (ESG). A ideia é produzir etanol e biomassa em áreas onde não é possível produzir alimentos. São áreas em que um dia houve pastagens para a produção de gado e que hoje estão abandonadas pela falta de viabilidade econômica, então a cana-energia vem resolver esse problema, ela é uma oportunidade de voltar a produzir e gerar empregos nessas regiões. Para o programa, a empresa anunciou um investimento de R$ 75 milhões em cinco anos, dos quais 70% vão ser destinados a pesquisa e desenvolvimento, hoje centralizados em uma estação experimental da empresa em Barra de São Miguel (AL), que futuramente vai dividir espaço com uma segunda estação a ser construída em São José do Rio Preto (SP).

Desde que adquiriu o programa, a Nuseed também ampliou o número de funcionários trabalhando no setor da empresa, de 18 para 32. A empresa agora está se aproximando das usinas de etanol de milho do País, no intuito de promover a biomassa como solução para a geração de energia. As usinas de etanol de milho precisam comprar energia e as usinas de etanol a partir da cana-de-açúcar são vendedoras de energia, então a ideia é juntar essas agendas para estimular a interação que tem um fio em comum, que é produzir biocombustível. A Nuseed é um braço da multinacional de defensivos agrícolas Nufarm, com sede em Melbourne, na Austrália, e atuação em 32 países. A Nufarm existe há 36 anos, conta com 3.200 funcionários e fatura US$ 3,2 bilhões anualmente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.